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21 de maio de 2015

21 de maio de 2015 por GenealogiaFB comentários
Não encontro muitas histórias bonitas (...) Mas esta é a nossa história 
e fico feliz por cada antepassado resgatado ao esquecimento.

Fotografia de Beth Moon

Por Vânia Viegas

Sempre gostei de História e das histórias que a minha avó paterna me contava sobre a sua infância. Uma infância, passada nos anos 30 do século passado, tão mas tão diferente da minha. Não compreendia porque é que a minha avó começou a trabalhar tão nova, o não ter brinquedos, não ter ido à escola e não saber sequer escrever o seu nome.
Acho que a culpa desta dedicação veio mesmo do bichinho que a minha avó me deu. 
Quando era miúda costumava perguntar aos meus avós os nomes dos avós deles, como era a infância, o nome dos irmãos e escrevia tudo em papéis.... infelizmente estes tinham vida curta e acabei por perdê-los, uma e outra vez.

Em 2009 dediquei-me a isto de alma e coração. Fiquei grávida e subitamente senti uma necessidade inexplicável de um dia poder explicar à minha filha de onde vínhamos. Uma necessidade de um dia lhe deixar o resultado do que encontrei, uma espécie de legado.
Voltei então à carga e falei novamente com a minha avó paterna e o meu avô materno para obter mais informação.
Daí para a frente uma pesquisa que começou por duas freguesias do barlavento algarvio, estendeu-se a muitas mais. Comecei a fazer a genealogia do meu marido e acrescentei imensas freguesias do Minho à área de pesquisa.
Hoje transformou-se num vício. Um puzzle que nunca terá fim mas em que procuro sempre as peças em falta.

Pedi ajuda à família algumas vezes, fotografias, informações e relatos. Já tive quem me dissesse que devia deixar os mortos descansar em paz, como se andasse a esgaravatar túmulos e desenterrar esqueletos.

Em cima, da esquerda para a direita, fotografia da ficha militar do meu bisavô. Foto de 1921.
Fotografia da minha bisavó paterna (mãe da minha avó). Sem data (anterior a 1954).
Em baixo, fotos do meu avô paterno, em 1936 (fotografia da caderneta militar) e em finais da década de 60.

É verdade. Não encontro muitas histórias bonitas. Na verdade, é bem o oposto. Na família as fotos mais antigas já são de 1930. Ninguém sabia ler e escrever. Existiu pobreza, existiu mortalidade infantil, viúvas, doenças, expostos, trabalhadores rurais. Não é bonito nem tenho fotos lindas da família reunida nos seus melhores trajes de sociedade burguesa de início do século XX. Mas esta é a nossa história e fico feliz por cada antepassado resgatado ao esquecimento.



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1 comentário:

  1. Não importa se as histórias são lindas ou não. O importante é que haja uma história e que seja contada!
    Contar as histórias dos nossos é honrá-los, agradecer-lhes por nos terem consentido existir!

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