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16 de maio de 2018

16 de maio de 2018 por Maria do Céu Barros comentários

O método mais popular de numeração de antepassados é o sistema Ahnentafel, do alemão Ahnen (antepassado) e Tafel (tabela), também conhecido pelo nome Sosa-Stradonitz. Foi usado pela primeira vez em 1590 por Michael von Eitzing, nobre austríaco, no seu Thesaurus Principum Hac Aetate In Europa Viventium, no qual apresenta as genealogias de algumas casas reais europeias usando esta numeração. Foi também usado em 1616, pelo genealogista espanhol Jerónimo de Sosa, e popularizado em 1896 por Stephan Kekule von Stradonitz com o seu Anhentafel Atlas.

Como método científico foi estabelecido com a publicação do Fundamentos, directrices, exposición y tecnica de un sistema numérico y matemático de ubicación, classificación y catalogación genealógicas (Madrid 1952), de José Maria de Palacio y Palacio, marquês de Villarreal de Álava.

Este sistema aparece com várias designações: Ahnentafel, Sosa-Stradonitz e Números Kekule. Por uma questão de simplicidade, gosto de lhe chamar apenas Sosa.

A numeração Sosa consiste numa relação matemática entre pais e filhos, podendo, assim, ser representada graficamente, a que se pode sempre adicionar mais antepassados. Cada número refere-se à posição de cada pessoa na árvore de costados e segue as regras seguintes:

1 - A pessoa que inicia a sequência é o n.º 1.
2 - O pai é sempre o dobro do filho/filha ( 2x1)
3 - A mãe é sempre o dobro do filho/filha + 1 (2x1+1)

Em consequência:
4 - Todos os homens têm um número par e todas as mulheres um número ímpar.
5 - Os descendentes são sempre metade do pai.
6 - Não há repetição de números. Se uma mesma pessoa consta duas ou mais vezes, aparece duas vezes, ou mais, na árvore, mas com números diferentes.

Fazendo a representação gráfica, verificamos que a numeração é sequencial na vertical. Os trisavós vão do número 16 até ao 23, e assim sucessivamente. Outro aspecto interessante é que, se repararem na imagem, o número que inicia cada geração corresponde ao número de antepassados dessa geração.


Na elaboração de uma lista Sosa, os genealogistas separam as gerações para facilitar a leitura e compreensão da ascendência. Assim, uma lista Sosa, começando em nós, segue este formato:

Geração 1
1.O meu nome, seguido dos meus dados genealógicos e outras informações que se queiram incluir.

Geração 2
2.O nome do meu pai ...
3.O nome da minha mãe ..

Geração 3
4.O meu avô paterno ...
5.A minha avó paterna ...
6.O meu avô materno ...
7.A minha avó materna ...

Geração 4
(continua com os bisavós e seguintes)

Para além das vantagens já mencionadas, acresce ainda a sua universalidade. Qualquer árvore ou listagem Sosa é compreensível por qualquer genealogista, independentemente do seu país de origem e da época em que vive.

Existem, porém, algumas desvantagens. Conforme vamos progredindo na nossa ascendência o cálculo vai sendo cada vez menos intuitivo. Se tivermos a sorte de chegar até a fundação de Portugal, por exemplo, e descobrirmos que D. Afonso Henriques é nosso 22.º avô, ele terá o número 8.388.608.

Outro problema é a dificuldade em identificar os antepassados repetidos, que podem ser bastantes dada a frequência de casamentos consanguíneos no passado. Para contornarem este problema alguns genealogistas combinam esta numeração com outra, fazendo a referência cruzada pelo menor número Sosa do indivíduo. Uma antepassada repetida, com os números Sosa 75,  77 e 79, na posição 77 e 79  leva a indicação que se trata da mesma pessoa do número 75.

Os programas informáticos de Genealogia resolvem isto numerando as pessoas conforme vão sendo adicionadas na árvore, passando estas a ter um número de identificação (ID) que é sempre o mesmo, independentemente do número de vezes que se repetem. Desta forma, se descendemos de um Domingos Francisco 4 vezes, por diversos ramos, ele terá 4 números Sosa, mas apenas um ID.

Apesar de os programas informáticos de Genealogia fazerem todo este trabalho por nós, não são perfeitos e raramente vêm bem adaptados para a realidade portuguesa, brasileira e de outros países lusófonos. Por esse motivo muitos genealogistas preferem fazer os seus próprios relatórios usando folhas de cálculo, processadores de texto e outros. Uma vez que se trata de um método matematicamente uniforme, simples e eficaz, é perfeito para computadores e pode ser facilmente utilizado em Excel, como podem ver neste exemplo (também podem aproveitar e imprimir árvores de costados a partir deste Excel).

É frequente os iniciantes em Genealogia perguntarem como usar este sistema para incluir irmãos e primos. O método Sosa-Stradonitz não foi concebido para colaterais, mas existem outros para esse propósito, de que falaremos num próximo post.

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4 comentários:

  1. Estou entrando neste site pela primeira vez e fico grata pela possibilidade real de encontrar documentos que comprovem a minha ascendência portuguesa.

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  2. Os trisavós vão do 16 ao 31.

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  3. Boa tarde Barros, qual seria os outros sistemas de numeração que contemplam também os colaterais? Abraços.

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