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25 de setembro de 2018

25 de setembro de 2018 por Manuela Alves comentários
Continuação da parte I

Dos Sequeira Machado aos Sequeira Lobo 

1. Teodósia de Miranda Machado, filha de Manuel Machado de Miranda e sua mulher Maria Marques Ferreira, nasceu no Porto, S. Nicolau casou com João de Sequeira Monteiro, filho de Baltasar de Sequeira, natural do Porto, e sua mulher D. Maria dos Santos Nogueira (+ Vermoim, Assento da Igreja, 30.10.1706, viúva). D. Teodósia faleceu, viúva na Quinta da Igreja Velha em  2.11.1755.
Tiveram
2. Alexandre de Sequeira Machado nasceu em Vermoim, lugar da Igreja e foi baptizado a 7.7.1696,  sendo Padrinhos o vigário Ambrósio Pereira e a avó paterna.  Morreu a 17 .11. 1743 em Vermoim, Quinta da Igreja.
Casou em 30.5.1724 em S. Tiago de Castelões com Josefa Joana da Costa de Azevedo, filha primogénita legitima de João da Costa Azevedo, senhor da Quinta de Valmelhorado, em Castelões e da  Quinta da Breia, em Vermoim e de Maria Teixeira, casados em 20.3.1694, em Castelões.
Filhos:
2.1. João José de Sequeira Machado que segue
2.2. Bernardo de Sequeira Miranda nasceu a 27.4.1725 em Vermoim, Quinta da Igreja
2.3. Simão António de Sequeira Machado, Padre,  nasceu a 28.10.1726, Vermoim, lugar da Igreja
2.4. Isidoro nasceu a 12.7.1728, lugar da Igreja
2.5. Maria Angélica nasceu a 27.9.1730 em Vermoim, Quinta da Igreja
2.6. Joana Angélica nasceu a 14 .8. 1734 em Vermoim, Quinta do Assento da Igreja

3. João José de Sequeira Machado nasceu a 22.6.1721 em Castelões e foi bap. a 29 .6. 1721, sendo padrinhos Alexandre Duarte Carvalho,  de Joane e Isabel de Azevedo, filha de João da Costa Azevedo, de Valmelhorado. Faleceu a 16.4.1794 em Vermoim,  na Casa da Igreja e foi sepultado na Capela da Casa.
Casou em  12.3.1757 em Famalicão, Mogege com Maria Joana Bernardes de Azevedo,  baptizada em Famalicão, Mogege, em 14.6.1720,  filha de Domingos Ferreira dos Santos, natural de Guimarães, S. Sebastião e Eugénia Bernardes de Azevedo Magalhães, nascida em Famalicão,  Joane.  D. Maria Joana faleceu viúva  a 21.6.1799 na Casa da Igreja e foi sepultada na Capela da Casa.
Filhos:
3.1. Francisco José de Sequeira, Padre  (*15.12.1757 , Mogege, lugar do Assento- + 10.6.1835, Vermoim, Quinta da Igreja Velha)
3.1 Maria Benedita de Sequeira Machado Miranda e Azevedo  que segue .
3.3 Luís de Sequeira Machado de Azevedo Gusmão ( * 14.2.1761, Vermoim, Quinta da Igreja- +18.12.1843 em Vermoim, Quinta da Florida e foi sepultado na Capela da Quinta. Era casado com D. Maria da Piedade, que morreu em  1.3. 1845 em Vermoim, lugar da Florida
3.4. João António (*5.6.1764, Mogege, lugar do Assento)
4. D. Maria Benedita de Sequeira Machado Miranda e Azevedo nasceu a  8.7.1759 na Quinta da Igreja, em Vermoim e foi baptizada a 16.7.1759, sendo padrinhos Luís Caetano, de Guimarães, casado com D. Maria e D. Maria Angélica, tia da baptizada. Casou a 8 .9.1773 em Famalicão, Vermoim com José Inácio da Silva de Figueiredo Lobo, filho de Manuel da Silva Soares e Ana Luísa do Socorro, nascido em Vila do Conde
Filhos :
4.1.Maria nasceu a 2 .7. 1776 em Vila do Conde 
4.2.Ana nasceu a 2.1.1778 em Vila do Conde
4.3.Maria Inácia de Sequeira nasceu a 21 .5. 1780 em Vila do Conde,  onde casou a 31.3.1807 com Vicente José dos Santos, o Pelicano, natural de Coimbra, viúvo de D- Luísa Micaela, falecida em Vila do Conde em 17.1.1807 e com quem tinha casado em 1775.
4.4.Joana Rita de Sequeira Machado Gusmão Lobo nasceu a 31.5.1783 em Vila do Conde,  morreu a 20 .5. 1838 em Vermoim, Igreja Velha.
4.5. João Inácio Lobo de Sequeira Machado, que segue  
4.6.José nasceu a 4.4.1789 em Vila do Conde.
4.7.Ana Paula de Sequeira nasceu a 30 .6. 1791 em Vila do Conde, R. de S. Bento
4.8. José Inácio de Sequeira Lobo nasceu a 4.3. 1794 em Vila do Conde
4.9. Joaquim Tomás de Sequeira nasceu a 7.3. 1796 em Vila do Conde, R. de S. Bento 

5 João Inácio  Lobo de Sequeira Machado nasceu a 7 .6. 1786 em Vila do Conde  e casou com Ana Narcisa Fonseca Campo Verde, filha de Manuel Carlos dos  Guimarães Bravo Sousa Fonseca Campo Verde e Ana Rosa de Almeida Fogaça Lapa, a 8 .6. 1812 em Vila do Conde, Azurara
Filhos:
5.1,João Inácio  Lobo nasceu a 19.8.1813 em Vila do Conde, Praça Velha
5.2 José Inácio de Sequeira Lobo nasceu em Vila do Conde que segue

6. José Inácio de Sequeira Lobo casou a 28.1.1836 em Famalicão, Vermoim com Maria Joaquina Ribeiro. filha de João José e Luzia Rosa Ribeiro,lavradores caseiros,  nascida em Vermoim, Lugar do Casal  Faleceu a 3.6.1880  na Igreja Velha e foi sepultado na  Capela da Quinta
Filhos :
6.1 João nasceu a 26.2.1836 em Vermoim, Igreja Velha e morreu a 26.5.1836 em Vermoim, Igreja Velha.
6.2 João Inácio de Sequeira Lobo nasceu a 26.7.1837 em Vermoim, Igreja Velha casou com Maria da Conceição Barbosa Dias (*22.12.1827, Vila do Conde) a 18.2. 1855 em Famalicão, Vermoim
Casou com Maria da Conceição, filha de Francisco Ferreira Barbosa e Ana Rita do Sacramento, era viúva do Dr. Francisco António da Silva Pinto, falecido na  Rua Nova, Póvoa de Varzim em 19.6.1853
Filhos de João Inácio de Sequeira Lobo e Maria da Conceição Barbosa Dias
6.2.1 José nasceu a 16.5.1857 em Póvoa de Varzim, Rua Nova
6.2.2  Maria nasceu a 7.7.1861 em Póvoa de Varzim, R. das Trempes
6.2.3 José Inácio da Sequeira Lobo nasceu a 3 Jun., 1864 em Póvoa de Varzim, Praça Nova do Almada
6.2.4 José Maria nasceu a 16.3. 1866 em Póvoa de Varzim, Praça Nova do Almada

6.3 José nasceu a 22.5.1839 em Vermoim, Igreja Velha e morreu a 10.6.1840 em Vermoim, Igreja Velha.
6.4 D. Ana da Piedade Sequeira Lobo nasceu a 4.10. 1840 em Vermoim, Igreja Velha; costureira, casou em 11.9.1876 em Vermoim com o mestre carpinteiro António de Castro Ferreira  nascido cerca 1853 em S. Martinho de Leitões c.g.
Foi mãe solteira de Clementina (*17.2.1867 - + 10.3.1898 ) e de Luís Sequeira Machado (*17.1.1868 , Igreja Velha - +18.1.1944, Vermoim ; em 1912, casado e carpinteiro tem registo de passaporte em Braga para o Rio de Janeiro)
6.5 José Maria (no bap. José Inácio) Ribeiro de Sequeira Lobo nasceu a 18.12.1842 em  Vermoim, Igreja Velha e faleceu, solteiro e vivendo de suas rendas , em 10.3.1898 em Vermoim, lugar de Além do Ribeiro
6.6 D. Emília Rosa de Sequeira Lobo nasceu a 12 .3.1845 em Vermoim, Igreja Velha e casou com Joaquim da Costa, proprietário e analfabeto
6.7 D. Clementina Adelaide (Clementina Joaquina no baptismo) de Sequeira Lobo  nasceu a 21.4.1847 em Vermoim, Igreja Velha; casou em 19.5.1881 em Vermoim com João Correia Palhares, ela, empregada na lavoura e ele lavrador. C.g.
6.8 Vicente de Sequeira Lobo nasceu a 23.11. 1849 em Vermoim, Igreja Velha. Casou  em Vermoim a 28.5.1873 com Maria Augusta Martins, nascida cerca de 1839 em Campeã, Vila Real. C.g.
6.9 Joaquim Tomás de Sequeira Lobo nasceu a 17.12.1855 em Vermoim, Quinta da Igreja Velha e faleceu no Lugar da Breia em 25.4.1882 ; casou em 22.4.1880 com Leonor da Costa ( * cerca 1845 S. Martinho do Vale- + 14.3.1883, Vermoim, lugar da Breia) legitimando pelo casamento 2 filhos, nascidos em  1875 e 1877. Terão ainda filhos nascidos após o casamento. O primogénito deste casal, criado de servir e analfabeto, casará em 1902 na freguesia de Carreira, Famalicão.

24 de setembro de 2018

24 de setembro de 2018 por Manuela Alves comentários

Foi numa das minhas deambulações genealógicas na zona de Castelões, onde ainda residem familiares do meu avô materno e de Vermoim que me deparei com o chamado Palácio da Igreja Velha há já alguns anos. Este nome de Igreja Velha estava associado ao ramo familiar dos Machados Miranda e deixou-me muito curiosa sobre a sua história.



As pesquisas na Internet pouco acrescentaram ao que me tinha contado o meu primo Bernardino, primo direito da minha Mãe, a cuja memória privilegiada muito devo sobre o conhecimento dos meus familiares maternos de Castelões e Vermoim. Assim, não tive outro remédio senão arregaçar as mangas e fazer eu, com a ajuda preciosa de alguns amigos do Genealogia FB, o trabalho.

Eis o que encontrei na Internet:


Palácio da Igreja Velha

O Palácio da Igreja Velha foi construído no ano de 1881, por mãos de privados. Chegou a albergar um Hotel Rural, porém o negócio não vingou e a empresa detentora abriu insolvência. (...) Palácio de estilo barroco com duas torres acasteladas e com capela anexa (Capela S. Francisco de Assis) de estilo neogótico, caso muito raro em Portugal, uma vez que este estilo não se encontra com muita frequência no país.
Fonte Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Imagem Paisagem de Vermoim CC BY-SA 3.0 VitorEmanuelCarvalhoPeixoto - Obra do próprio

No Hotel Rural Palácio da Igreja Velha, está implantada a Capela sob a designação de S. Francisco de Assis. Encontra-se adossada ao edifício, pelo lado Sul e nascente, ocupando a área de 75,5 m2. A Capela constitui, no seu desenho, um bonito exemplar da arquitectura neo-gótica, do séc. XIX, a qual pode ser considerada como caso algo raro. O acesso à porta principal é feito mediante um lanço de dez degraus graníticos, devidamente bocelados. A Capela consta de uma só fachada que é a anterior, onde se observam pilastras assentes em sapatas bem desenvolvidas. Há uma pequena rosácea em forma de cadernas invertidas e com vitrais. Na parte central, mas superior da fachada, domina a torre sineira, apenas com um só lanço e com a fisionomia das torres góticas, com quatro ventanas onde badalam três sinos. Todo o imóvel está equipado com perpianho de grão fino que, pela sua textura, manifesta ser estranho ao solo da jurisdição famalicense.
O interior está formado pelo corpo e presbitério. Naquele há coro-alto e o pavimento é em pinho Flandres. O tecto, em gesso e com artesoados, revela terem estado, na sua execução, mãos hábeis as quais conseguiram um trabalho que se destaca pela qualidade.
O presbitério, pelo contrário, tem lajes de granito.
Há um rodapé, em granito, com a altura de 62 cm, e nas paredes sobrejacentes, placagens em mármore. Para não fugir à normalidade, existe uma sanca em madeira.
O retábulo, de concepção gótica, é em castanho e com trono. No centro do mesmo encontra-se o padroeiro, S. Francisco, imagem que apresenta uma anatomia descritiva de execução muito cuidada. A acolitar esta imagem e em pequenas edículas, sobre plintos, estão as imagens de Nossa Senhora do Rosário e S. ]osé.
Quanto à imaginária, há um fenómeno pouco vulgar. É a existência de peças executadas com uma antecedência superior a um século da construção do imóvel. E, embora não se destaquem pela quantidade, porque são poucas, é pela anotação fiel e exacta do seu barroquismo que se manifesta a qualidade.
São dignas de uma descrição:
Nossa Senhora do Rosário, em madeira, barroca e estofada;
S. José, barroca, policromada e em madeira;
Cristo, madeira, séc. XIX e com uma estrutura anatómica que manifesta ter sido executada por um artista que soube transmitir à obra muita harmonia, equilíbrio nas dimensões e até, uma concepção rara.
Pintura com a iconografia de Nossa Senhora da Conceição, apresentando marcas barrocas e com um ou outro traço como réplica das obras do Murillo.
É de registar, sem dúvida alguma, o asseio e o óptimo estado de conservação do imóvel, bem como a cultura e sensibilidade artística dos seus proprietários, os quais souberam integrar, no seu meio, tanto peças devocionais adequadas, como até decorativas que enriquecem, como é óbvio, a Capela.
Fonte http://www.terrasdevermoim.com/



Manuel Gomes dos Santos Portela, um brasileiro de torna viagem , o construtor do Palácio da Igreja Velha

Em 3 de Junho de 1880, morre na Quinta da Igreja Velha, José Inácio de Sequeira Lobo e é sepultado na Capela da Quinta. É o último de uma linhagem de proprietários desta Quinta, ligados aos Machados de Miranda.
Manuel Gomes dos Santos Portela torna-se, então, o seu proprietário por compra aos seus herdeiros e a ele se deve a construção do edifício que passará a ser conhecido por Palácio da Igreja Velha.

Manuel Gomes dos Santos Portela, segundo dos 11 filhos de Custódio José Gomes e Josefa Emília dos Santos, nasceu a 23.3.1833 na, Rua da Alfândega, em Guimarães e foi baptizado a 26 do mesmo mês e ano na Igreja Paroquial de S. Sebastião. Foram seus padrinhos os avós paternos, Manuel Francisco Portela, natural de S. Nicolau, Cabeceiras de Basto e sua mulher Antónia Maria Gomes, natural de S. Gens de Montelongo, então residentes no lugar de Gondarém, em S. Nicolau de Basto.
Não encontrei o passaporte de Manuel Portela mas sei que em 17.de Setembro de 1855 entrou no porto do Rio de Janeiro, num pequeno cargueiro de cabotagem, provavelmente vindo de Santos, onde aportara de Portugal.
Encontrei-o, depois como sócio de várias firmas, todas elas ligadas ao comércio de fazendas por atacado e também como proprietário de prédios na cidade do Rio de Janeiro.

Quando a mãe morre em 8.3.1878, apenas são vivos 4 filhos: Manuel residente na cidade do Rio de Janeiro, António, dois anos mais novo, residente na cidade de Lisboa, ambos solteiros, o Padre João (1840- 1886), residente com os pais e Maria (1847-1934) casada com Augusto Mendes da Cunha na Rua Nova de Santo António, Guimarães.
Manuel Gomes dos Santos Portela deve ter regressado a Portugal pouco depois, pois a construção do Palácio é datada de 1881, tendo o anterior proprietário sido sepultado na Capela da Quinta da Igreja Velha em Junho de 1880.
De Manuel Gomes dos Santos Portela não há rastos nos livros paroquiais de Vermoim, a indiciar um alheamento da comunidade onde habita. Apenas o óbito de um “brasileiro” na Igreja Velha, talvez um hóspede.

Pelo testamento do pai, proprietário e negociante falecido a 17.7.1888, Manuel Portela recebe a quinta da Fonte Murro em Santa Maria de Pombeiro livre e alodial com o pequeno foro que paga o possuidor dos bens da Bouça da mesma freguesia com todos os móveis e semoventes que lhe pertençam nela existentes tudo no valor de sete contos de reis, as casas em que actualmente vive no Campo de São Francisco livres e alodiais que confrontam para o mesmo campo com o actual número de polícia catorze a dezasseis, fazendo frente para o dito campo juntas e pegadas a outras fazendo frente para a Rua do Anjo hoje juntas e unidas fazendo uma só morada livre e alodial no valor de dois contos e quinhentos mil reis fique tudo nomeado e encabeçado em seu filho Manuel e bem assim já lhe entreguei por doação o casal ou quinta do Moreiro em Nespereira com todas as suas pertenças em cinco contos e seiscentos mil reis por escritura pública e no fim dela por recibo dele selado e reconhecido, quatrocentos mil reis, o que faz a soma de seis contos por conta de sua legítima paterna e materna, fazendo assim estas nomeações acima geral de quinze contos e quinhentos mil reis que trará à partilha e conferência com os seus manos.

Em 8.1.1911, morre na Igreja Velha Manuel Gomes dos Santos Portela, com testamento. Será sepultado no jazigo de família em Guimarães.

E outra vez a antiga Quinta da Igreja Velha mudará de mãos… Mas isso já é outra história que não averiguei em pormenor, porque me interessou, sobretudo, conhecer a história dos anteriores proprietários, recuando até chegar aos meus Machado Miranda.

Fotografia tirada por mim em 2013

Se este assunto vos interessar, continuarei a "história" às "arrecuas" .... que serve também para exemplificar aos mais recentes investigadores da história da família como somos levados a divagações não previstas, suscitadas pelo puro e gratuito prazer de saber pelo saber...

Continua na parte II
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