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14 de fevereiro de 2018

14 de fevereiro de 2018 por Manuela Alves comentários



O nosso olhar no século XXI



O olhar nos anos de Oitocentos
Reprodução da gravura publicada em 1835, representando a calçada no morro das Fontaínhas, junto à capela da Quinta da Fraga, o Rio Douro e a Serra do Pilar.Autoria: Joseph James Forrester (des.); Richard James Lane (dir.); George Childs (litogr.)
Fonte Arquivo Histórico Municipal do Porto

 E nos idos de Seiscentos  um monte que vai para a Quinta da Fraga 26 Março 1667
 

31 de janeiro de 2018

31 de janeiro de 2018 por Maria do Céu Barros comentários

Por Maria Isabel Frescata Montargil

Conhecia-a numa gaveta de um toucador, na minha infância. Não há muitos anos procurei o seu retrato … Perdera-se!
Num aniversário meu, por Janeiro, dediquei-lhe um pequeno texto (aquele cujos excertos agora partilho). Mas o retrato …
Esta foto é idêntica à que eu vira. Tinha sido oferecida a familiares, numa quinta que eu conhecera já abandonada. Tinham falecido… A empregada da casa guardou a fotografia, oferecendo-a a uma sobrinha, já idosa. Esta, por sua vez, porque sentiu que a vida lhe fugia, ofereceu-a a um primo meu, sabendo-o pessoa de família. Que então me ofertou uma reprodução …
(Tinha tentado entretanto conseguir fotocópia do seu assento de nascimento. Sem sucesso ... parecia maldição!)
Oferta "casualmente" (?...) chegada em novo aniversário meu …Tinham passado dois anos sobre o texto . Cerca de cem desde que a foto tinha sido tirada! 
Recordava-a bem! Era …
“ Uma menina.
Uma outra menina. Mais ou menos da sua idade. Uns seis anos, quando muito sete. Com os cabelos pelos ombros, risca ao lado e um travessão estreito a prendê-los. Lábios finos na boca pequena, fechada e firme. Muito séria. E aquele olhar imenso, de quem quer abarcar o mundo e os outros e não pode. Porque não pertencia ao mundo e os outros também não lhe pertenciam.


E fitavam-na muito fixamente aqueles enormes e muito claros olhos – diziam que verdes, porque ali eram em cinza. Toda a menina era em tons cinza esmaecida, quase sépia. A menina que vivia na gaveta era um retrato.
A dona da casa segurava-a com cuidado, mergulhava naquele olhar e ficava como que náufraga, como que perdida. Por tempos sem fim. Com a voz ferida, ia dizendo baixinho:
“- Se ao menos ela tivesse vivido poderia ser hoje minha amiga, quem sabe…Talvez pudesse desabafar com ela. Talvez me sentisse menos só …”.
“Ela” era a irmã que a dona da casa nunca tinha conhecido. Morrera muito antes do seu nascimento. Aos sete anos, com uma doença num braço, doença de estranho nome. Dela restara só aquela fotografia de uma menina diferente. E a lembrança a diluir-se.
….
Cheia de pena via a outra menina da sua idade. A “tia Maria”. Uma tia criança, em tons cinza-sépia e perpétua meninice. Fitou-lhe mais uma vez o rosto. Rosto cujo olhar levaria para sempre no seu.
….

Num dia frio de Outono procurou-a noutro lugar. Dia de Finados. Muitos anos mais tarde. A sua mãe partira também. Definitivamente. Era agora estudante e ainda jovem.. Não a encontrou; apenas um quase-berço de terra-chã, terra-mãe, rodeado por grades meio ferrugentas. Mais altas na cabeceira, como um pequeno altar. Numa pequena cama.
E dos ramos de flores que trazia, fez-lhe uma colcha de Primavera. Em florzinhas amarelas, brancas, rosa-vivo. Para a compensar daquele olhar a dissolver-se em cinzento-sépia e que um dia tinha sido verde como a Esperança.
Talvez que com aquela colcha ela regressasse depois do Inverno, como Perséfone. E colhesse as papoilas que não longe dali cresceriam. Mas ela não regressou, nem sequer à memória dos seus. 
Apenas à da sobrinha-menina da sua idade, talvez mais sua irmã que a mãe da menina. 
Crescera entretanto. Seria mãe. Colheria papoilas na Primavera e no Outono comeria grãos de romã. O ciclo continuaria. 
Mas no Outono da sua própria vida – a acinzentar-se – lembraria a Primavera no olhar da menina do retrato.
Inutilmente.


30 de dezembro de 2017

30 de dezembro de 2017 por Manuela Alves comentários
O Arquivo Histórico Municipal do Porto tem vindo a disponibilizar on line os róis das Décimas da cidade do Porto, que foram objecto de um post específico e outros com eles relacionados.
 Lançamento da Décima da Cidade (do Porto)
É  um trabalho moroso de bastidores, que exige tempo, disponibilidades materiais e humanas para que documentos há muito tempo arquivados, com critérios que hoje nos escapam, possam ser úteis a um público não especializado e com interesses de investigação diferenciados.
No sentido de obviar esta longa e necessária espera pela totalidade do espólio arquivístico existente no AHMP, resolvemos facultar neste blogue à medida das nossas disponibilidades temporais (enquanto outros voluntários não se juntam a nós no AHMP para estas tarefas) índices das Décimas do Termo do Porto,
Com esses índices, damos a conhecer um súmula dos documentos  existentes, facilitando aos interessados eventuais pedidos ao Arquivo Histórico Municipal do Porto das respectivas digitalizações ao preço tabelado.
  


   kwADPorto

27 de dezembro de 2017

27 de dezembro de 2017 por Manuela Alves comentários

A divulgação on line dos registos da Décima existentes no Arquivo Histórico Municipal do Porto, que abrangem também o seu Termo, fez-nos procurar informação, que, sem cair na especialização sobre o tema, nos desse conhecimentos para compreendermos a evolução da administração municipal e a sua abrangência geográfica,
Partilhamos esta comunicação que cumpre, simultaneamente, dois requisitos: esclarece o essencial e abre portas para os que quiserem saber mais...

Albuquerque, A. S. (2000). Administração Municipal do Porto no século XVIII. In Seminário Internacional sobre História Municipalismo, Poder Local e Poder Central no Mundo Ibérico, Las Palmas e Funchal, 24-28 Out.2005 (pp. 391-420). Região Autónoma da Madeira: CEHA.
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26 de dezembro de 2017

26 de dezembro de 2017 por Maria do Céu Barros comentários
A partir do Livro de Prazos do Cabido da Sé de Braga, António Losa, no seu Subsídios para o Estudo dos Judeus de Braga no Século XV,  dá-nos a conhecer a comunidade judaica de Braga no período precedente à expulsão. A maioria, se não a totalidade, seriam inquilinos do Cabido, tanto na Judiaria Velha como na Nova, tendo, por esse motivo, celebrado contractos que o autor transcreve. Na documentação compulsada vão surgindo os nomes hebraicos que a conversão forçada e a expulsão  lançariam no esquecimento.

Rua de Santo António (Judiaria Nova) e Rua do Poço ou de Santa Maria (Judiaria Velha), onde se situava a Sinagoga, em 1750.


A par dos nomes típicamente hebraicos, como Isaac, Jacob, Abraão, Salomão, Samuel, Yuda, Moisés, Mosse, Mouse, Mousém, Menahem, surgem também outros de origem peninsular. Encontram-se ainda nomes desconhecidos entre os apelidos portugueses, como Brafanez, Cema, Tamassas, etc., e outros de óbvia origem galega e castelhana. Uma curiosidade, assinalada pelo autor, é o facto de alguns prazos estarem assinados pelos arrendatários com caracteres hebraicos.

O estudo permite perceber como são ilusórias  as listas de apelidos sefarditas portugueses que se multiplicam online, julgando alguns incautos, baseados somente nos seus apelidos, terem raízes judaicas. Vejamos um exemplo: um ramo da família Brafanez converteu-se, tendo adoptado o sobrenome Barros, nome de origem toponímica e comum a muitos portugueses. Vamos, assim, encontrar um Gabriel de Barros a residir em Ponte de Lima, precisamente num dos prazos transcritos pelo autor.

Prazo de duas casas na rua da Judiaria que até agora era hua só morada, que tinha sido emprazada a Isac Brafanes, que ao depois se chamou Gabriel de Barros morador em Ponte de Lima e a sua mulher Villida, que ao depois se chamou Branca Pereira, feito de hua a Fernam Bravo, e a duas pessoas; e da outra casa a Águeda Anes irmãa do dito Fernam Bravo e a duas pessoas. Não falla em Laudemio. 14 de Fevereiro de 1500.

Logo a iniciar o estudo, refere o autor que, «contrariamente ao que acontece com os de outras terras minhotas - Guimarães e Barcelos, por exemplo - os judeus de Braga não têm história». Não têm história porque não deram que falar, não existiu entre eles «nenhuma sumidade, quer no campo das letras, quer no das ciências, quer em qualquer outro domínio», nem tão pouco nos chegaram ecos «das calamidades que se abateram sobre os filhos de Israel, sobretudo no decorrer so séc. XV». No entanto eles não escaparam à perseguição e exílio. Frei Pantaleão de Aveiro, no seu Itenerário da Terra Santa e suas particularidades, refere que não teriam ainda  «passado vinte casas quando de uma delas saem cinco, ou seis Judeus Portugueses, dizendo com grande alvoroço um deles: Padre Fr. Pantaleão, quem vos trouxe cá, quem havia de cuidar que viríeis a esta terra? (...) acudiram logo outros das suas lojas com muita alegria, e com eles um moço de bem pouca idade, que por me dizer, não haver dois anos, que saíra de Portugal, lhe perguntei donde era, e porque se ausentara. Disse-me ser natural de Braga, e que fugira, porque queimaram seu pai e tinham presa sua mãe».

Losa, António, Subsídios para o Estudo dos Judeus de Braga no Século XV (pdf)
I Congresso Histórico de Guimarães e sua Colegiada (1980), Volume V

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22 de dezembro de 2017

22 de dezembro de 2017 por Manuela Alves comentários
Foi adicionado à nossa Biblioteca, prateleira Geografia Histórica o álbum Cartografia portuense publicado pelo Manuel de Sousa no seu interessante e completo blogue Porto Desaparecido que nos transporta ao Porto dos nossos antepassados...

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3 de dezembro de 2017

3 de dezembro de 2017 por Maria do Céu Barros comentários
As Memórias Paroquiais de 1758 reúnem as repostas ao inquérito sobre as paróquias e povoações, ordenado pelo Marquês de Pombal em 1758, três anos após o terramoto de Lisboa. Nestes documentos os párocos registaram as descrições geográficas, demográficas, históricas, económicas e administrativas das respectivas paróquias.

A tarefa de proceder à organização das respostas de todos os documentos enviados pelos párocos coube ao Padre Luís Cardoso, sendo concluída em 1832, já depois do seu falecimento, altura em que terá ficado completo o índice de todas as respostas aos inquéritos recebidos.

Índice, elaborado e partilhado por Manuel Guilherme Vasconcelos, com ligações para os diversos documentos de Memórias Paroquias disponíveis online.

Transcrições elaboradas por colaboradores do blogue a quem agradecemos a partilha.
Cortiça, Pombeiro - Por Filipe Pinheiro de Campos
Alvarenga, Arouca - Por Pedro Teles
Vale de Figueira, Santarém - Por Carlos Fidalgo e António José Mendes
Quiaios, Figueira da Foz - Por Carlos Fidalgo e António José Mendes


Informação do arquivo:
O título da colecção "Memórias Paroquiais" é um título consagrado pelo uso, e surge na maioria das monografias que utilizam ou transcrevem documentos desta colecção. No entanto, os volumes que constituem a colecção apresentam na lombada a designação de "Dicionário geográfico de Portugal" e o vol. 44 apresenta na página de rosto "Índice geografico das cidades, vilas e paroquias de Portugal conteudas nos 43 volumes manuscritos do Dicionário Geográfico existente na Biblioteca das Senhora das Necessidades". Os autores Fernando Portugal e Alfredo de Matos (In: Lisboa em 1758. Lisboa: [s.n.], 1974. p. 13) consideram que é um erro chamar-se Dicionário Geográfico de Portugal às Memórias Paroquiais, uma vez que as respostas dos párocos utilizadas para a elaboração do Dicionário Geográfico do Padre Luís Cardoso foram destruídas pelo terramoto de 1755.
Fonte: ANTT

Publicado em 25/07/2014
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