A partir do século XV, o país foi dividido em seis grandes unidades
administrativas, chamadas
comarcas.
Cada comarca era chefiada por um magistrado com poderes administrativo e
judicial, que representava o poder real na respectiva jurisdição. Esses
magistrados, inicialmente, chamados
tenentes, depois meirinhos-mores , finalmente, passaram a ser denominados
corregedores.
Na dinastia filipina assistiu-se a um aumento do poder dos senhores
dos coutos e das honras e à consequente diminuição do poder real no domínio da
administração da justiça, a ponto de os
corregedores terem deixado de entrar nas áreas dos senhorios eclesiásticos e
laicos, o que era designado por privilégio de terras isentas de correição. Até
1790, coutos e honras para fins judiciais passaram a constituir ouvidorias, com
funções semelhantes às das comarcas, mas, cujos ouvidores eram nomeados pelos
senhores ou donatários.
No século XVII, a província e a
comarca passaram a ser unidades
distintas. A comarca, ou correição, tornou-se uma subdivisão da província, sob a jurisdição de um corregedor. A província passou a ser apenas um comando militar territorial sob
responsabilidade de um governador das armas, que entre 1641 e 1836, era responsável
pelas tropas estacionadas numa província.
Até 1751, existiam seis governadores
das armas, cada qual correspondendo a cada uma das seis províncias:
Entre-Douro-e-Minho, Trás-os-Montes, Beira, Estremadura, Alentejo e Algarve.
Nessa altura, foi criado um sétimo governo das armas, o Governo das Armas do
Partido do Porto, cujo território - com prerrogativas de província - foi
destacado das províncias de Entre-Douro-e-Minho e da Beira.Em 1790 todas as ouvidorias foram transformadas em
comarcas, com corregedor nomeado, directamente, pela Coroa.
Fundado por Filipe II, em 1582, o Tribunal Superior da Relação do Porto, também denominado Casa do Cível ou Relação da Casa
do Porto, exercia jurisdição nas Comarcas e Ouvidorias de Entre Douro e Minho,
Trás-os-Montes e Beira (exceptuando Castelo Branco) bem como nas Comarcas de Esgueira e Coimbra.
Províncias e comarcas em 1801
Províncias |
Comarcas |
Província de Entre-Douro-e-Minho |
Valença
Viana
Braga
Barcelos
Guimarães
Porto
Penafiel |
Província de Trás-os-Montes |
Bragança
Miranda
Moncorvo
Vila Real |
Província da Beira |
Feira
Aveiro
Lamego
Trancoso
Pinhel
Guarda
Linhares
Viseu
Castelo Branco
Arganil
Coimbra |
Província da Estremadura |
Leiria
Ourém
Cinco Vilas (Chão de Couce)
Tomar
Alcobaça
Santarém
Alenquer
Torres Vedras
Ribatejo (Vila Franca de Xira)
Lisboa
Setúbal |
Província do Alentejo |
Crato
Portalegre
Vila Viçosa
Avis
Elvas
Évora
Beja
Ourique |
Reino do Algarve |
Lagos
Faro
Tavira |
Publicado em: Ferramentas, Geografia
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