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14 de junho de 2018

14 de junho de 2018 por Maria do Céu Barros comentários
Em finais do século XIX, o padre João Gomes de Oliveira Guimarães, Abade de Tagilde, recuperou no Mosteiro do Souto documentação que se encontrava abandonada e em risco de destruição. O documento mais antigo tem a data de 1172. Debruçando-se sobre o seu estudo, publicou em 1896 a monografia «Documentos Inéditos dos séculos XII-XV, relativos ao Mosteiro do Souto». Juntou-lhes ainda os extractos de outros documentos provenientes do mesmo cartório, mas do século XVI.

Cachorrada do mosteiro. Fonte da imagem


Ao conhecimento da documentação do cartório conventual vieram juntar-se os pergaminhos identificados no Arquivo Distrital de Braga (ADB) pelo padre Avelino de Jesus da Costa, que estavam ainda por catalogar. Publica, então, na Revista de Guimarães, no artigo intitulado «Documentos medievais inéditos do mosteiro de Souto (Homenagem ao Abade de Tagilde)» os traslados dos 17 documentos que pertenceram ao núcleo arquivístico do convento e que, por razões que se desconhecem, tinham ido parar ao ADB. Trata-se de documentação muito interessante para os genealogistas, pois menciona 69 padroeiros da igreja de S. Cláudio do Barco, os quais fazem doação da sua quota parte ao mosteiro do Souto. São eles os descendentes dos «Fromarigos», dos «Roages», dos «Alferezes», dos «Salvados» ou dos «Arteiros», que indicam os seus ascendentes até aos avós e, em alguns casos, aos bisavós.

O Arquivo Municipal Alfredo Pimenta (AMAP), tem já online os documentos resgatados pelo Abade de Tagilde, onde estão incluídos os títulos descritivos assim como os traslados dos mesmos. Verificámos, porém, que não se encontram todos os que foram publicados. 

Para além destes, existem mais documentos dispersos pelos arquivos. No AMAP, e na mesma série, foram adicionados outros, já com leitura paleográfica feita por investigadores, entre eles Rui Faria. Pesquisando os termos «Mosteiro do Souto», no ADB, aparecem vários prazos deste convento, com datas a partir de 1594. Não encontrámos na página desse arquivo qualquer menção aos pergaminhos identificados pelo Professor Avelino Jesus da Costa.

A documentação é constituída por vendas, doações, sentenças, escambos, prazos, testamentos, entre outros. Para os interessados, aqui fica a lista do que sabemos existir on line:

PDF's - GUIMARÃES, João Gomes de Oliveira (Abade de Tagilde) - Documentos Inéditos dos Séculos XII-XV, publicado na Revista de Guimarães, 1889/1895
PDF - COSTA, P.e Avelino de Jesus da - Documentos Medievais Inéditos do Mosteiro de Souto (Homenagem ao Abade de Tagilde), publicado na Revista de Guimarães, 1954. 
AMAP - Mosteiro de S. Salvador de Souto - Pergaminhos 1000/1549 
AMAP - Mosteiro de S. Salvador de Souto - Prazos da Comenda do Souto 1670-1674, sem resumo mas com representação digital.
ADB - Mitra Arquiepiscopal de Braga, pesquisa por "Mosteiro do Souto", com resumos, mas sem representação digital.



Sobre o mosteiro
A villa de Sauto pertencera ao conde Sueiro Rodrigues e à condessa D. Gelvira antes de ser doada por Ramiro II, rei de Leão, à condessa D. Mumadona, fundadora do mosteiro beneditino de Guimarães. Aí foi edificada uma igreja com invocação de S. Salvador, que em 1059 aparece já referida no inventário das herdades e igrejas do mosteiro de Guimarães.

Nos documentos que o padre Avelino de Jesus da Costa encontrou no Arquivo Distrital de Braga, ficamos a saber que em 1121 o mosteiro já tinha vida religiosa organizada. Nessa data, Andulfo Doniz, referindo-se à villa que vocatur Sauto de Mulieres monasterium Sancti Salvatoris, reinando D. Teresa, faz-lhe uma ampla doação, de cujo texto se pode conjecturar que o edifício ainda não estava concluído, sendo uma parte da doação destinada a esse fim.

O livro de linhagens do Conde D. Pedro atribuí a fundação do mosteiro a Paio Guterres da Cunha, que o Abade de Tagilde identifica com o Paio Guterres que foi alcaide do castelo de Leiria, cuja defesa lhe fora confiada por D. Afonso Henriques em 1135.  Esta identificação é seguida também por José Matoso e Sottomayor-Pizarro. A ausência de referências aos Cunhas na documentação existente (a mais antiga data de 1257), que é escassa para esse período, não permite afirmar com certeza que Paio Guterres fosse o fundador. Sabe-se no entanto que o alcaide de Leiria teve ligações ao mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, instituição responsável pela introdução em Portugal da regra de Santo Agostinho e do qual o Norte de Portugal a recebeu na segunda metade do século XII, onde se incluí este cenóbio.

No final da Idade Média, a multiplicação de patronos e comendatários dos mosteiros que daí colhiam rendimentos, aliada à decadência dos costumes, levaram à supressão de muitos conventos. O mesmo aconteceu ao mosteiro do Souto que não resistiu à crise monástica. Em meados do século XV o convento foi convertido em paróquia secular e entregue a administradores particulares. No século XVI foi transformado em Comenda de Cristo.



Bibliografia
Para além dos documentos já citados:
MATTOSO, José - Identificação de um País, Ensaio sobre as Origens de Portugal, 1096-1325, Círculo de Leitores, 2015
SOTTOMAYOR-PIZARRO, José Augusto de – Linhagens Medievais Portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325. Vol. II. 
HERCULANO, Alexandre – Portugaliae Monumenta Historica, Scriptores, Volume I, Fascículo III
CRUZ, António – O Mosteiro do Souto, um cenóbio medieval de Guimarães ao serviço da Terra e do Homem, in I Congresso Histórico – Guimarães e sua Colegiada, Volume 3

kwADBraga


10 de junho de 2018

10 de junho de 2018 por Maria do Céu Barros comentários
Manuscrito seiscentista, disposto e ordenado por Vicente Ribeiro de Meireles, oficial da Secretaria da Junta dos Três Estados, o Promptuário das Terras de Portugal lista «todas as cidades, villas, julgados, concelhos, coutos, honras, aldeias, lugares que tem este Reino, declarandosse de que comarca são, quais são de Donatarios, e quem elles são, quais tem ouvidores, e quais juízes de fora.»

O livro está ordenado por Provedorias «porque como os provedores são os menistros, que só entrão em todas as terras do destricto da comarca, ahinda que sejão de Donatarios, para se incluirem todas, se lançarão neste livro pellas provedorias».

No final contém um índice alfabético das cidades, vilas concelhos e outros, indicando a que comarca pertencem, e as freguesias do Minho, Beira e Trás-os-Montes, por nessas províncias haver muitos lugares e aldeias com o mesmo nome que se distinguem umas das outras pelo nome da freguesia.
Adverte ainda o autor que alguns nomes de terras vão escritas «contra a boa pronunciação e ortografia»,  para respeitar o som com que se nomeiam na Beira e no Minho.

O manuscrito pertence à Biblioteca do Exército que o disponibiliza para download. Também podem descarregar clicando aqui.

Certas de que se trata de uma obra que muitos gostarão de ter na sua Biblioteca, constituí uma ajuda valiosa na identificação de lugares que aparecem nas nossas pesquisas  e que nem sempre são facilmente localizados na divisão administrativa dos nossos dias.

Agradecemos ao Francisco Santos que nos alertou para a existência desta obra online.

9 de junho de 2018

9 de junho de 2018 por GenealogiaFB comentários
Os testamentos, fontes relevantes para a percepção do contexto sócio-económico em que se movimentavam os nossos antepassados, constituem também um repositório de informações que nos permite ter um vislumbre da personalidade dos testadores, de alguns acontecimentos que marcaram as suas vidas, bem como de conhecer outros membros da família. A par dos registos de óbitos, os testamentos possibilitam a reconstrução das suas histórias, indo mais além das datas de baptismo, casamento, e morte.
Esta documentação encontra-se em diversos arquivos. Pretende-se aqui reunir informação sobre a localização de livros de testamentos seja qual for o tipo de arquivo onde possam ser consultados. A informação aqui disponibilizada será actualizada conforme nos forem surgindo, ou comunicados, mais repositórios deste tipo de documentação.


Arquivo Distrital do Porto

Notas para testamentos 1623-08-08/1829-05-04  - Traslados de testamentos efectuados no âmbito das funções e competências da Provedoria.
Registos de notas para testamentos 1750-1870 - Índices dos livros da Provedoria

Penafiel

Arquivo Municipal - Livros de testamentos, alguns digitalizados, 1836 a 1839. Num post separado publicamos o índice Excel para os anos 1835/1837.

Porto

No Arquivo Histórico Municipal do Porto existem 68 livros de testamentos anteriores a 1834,  que integram um conjunto de documentação  referente ao Porto e seu Termo. Esta designação de Termo englobava os actuais concelhos de Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Maia, Gondomar, Paredes, Penafiel e Santo Tirso, sobre os quais o município do Porto teve jurisdição em áreas como a nomeação de funcionários locais, o controlo das actividades económicas, o lançamento e recolha de impostos, a defesa militar e a administração dos serviços de saúde, por exemplo
Embora esses testamentos  não se encontrem digitalizados, e ainda em processo de descrição arquivística,  podemos aceder on line a essas descrições,  onde constam dados com interesse genealógico,  que poderão ser ampliados mediante a solicitação  de  reproduções digitais, que são previamente orçamentadas e pagas através do Multibanco, para quem não quiser ou puder deslocar-se ao Arquivo.

Dica de pesquisa: Em gisaweb.cm-porto.pt/ escolha a opção  Pesquisa Avançada e depois digite em Título Registo  do testamento e em Ano de início de produção de 1800 até 1803 ( datas à sua escolha). Termine clicando em Pesquisar no fundo da página. A pesquisa exemplificada acima devolveu-nos 3727 resultados em 10 de Junho de 2018, entre 1800 e 1820.

No mesmo  Arquivo Histórico Municipal do Porto encontram-se também  os livros  de registo de testamentos cerrados,  apresentados nas Administrações dos dois  Bairros em que a cidade foi dividida com a reforma liberal de 1834. Nestes registos são transcritos os testamentos dos falecidos e confirmada a legalidade dos mesmos.

Registo de testamentos da Administração do Bairro Ocidental 1834/05/01 – 1949/12/30
Registo de testamentos da Administração do Bairro de Santa Catarina
Registo dos testamentos dos falecidos na Freguesia de Santo Ildefonso
Registo de testamentos neste Juízo Conciliatório da Freguesia de São Nicolau
Registo de testamentos da Administração do Bairro Oriental  1869/02/10 – 1950/10/20

Para aceder aos registos individuais, basta clicar no separador Subordinados  para ver os documentos individuais, 6874  no total , 1849 com imagem, no Bairro Ocidental, 7410 no total, 6291 com imagem  no Bairro Oriental, em 8.6.2018

Dica de pesquisa:
Para localizar mais rapidamente um testamento, entre na Pesquisa Avançada, e na caixa Título tecle Testamento + o nome que procura. Se pretende pesquisar apenas nos testamentos digitalizados, marque a opção "Somente documentos com objectos digitais" e clique o botão Pesquisar.

Póvoa de Varzim

Arquivo Municipal - Encontramos apenas um inventário que pode ser consultado neste documento (pag. 6) cobrindo as datas 1788 a 1931.

Vila Nova de Gaia  

Arquivo Municipal Sophia de Melo Breyner - Estão descritos (nome,data, localidade) cerca de 3000 registos de testamentos, sem digitalização.
Como este Arquivo utiliza o sistema GISA, utilizado igualmente pelo Arquivo Histórico Municipal do Porto, as dicas de pesquisa são idênticas, pelo que nos abstivemos de as repetir aqui.

Originalmente publicado em 24-04-2015
kwADPorto

7 de junho de 2018

7 de junho de 2018 por Maria do Céu Barros comentários

A série de Justificações do Reino está integrada de forma autónoma na estrutura interna do Conselho da Fazenda. Ainda não possuí título nem descrição, mas o ANTT iniciou já a indexação da documentação. Assim, na unidade 01 encontram alguns índices de maços com autos de justificação de variadas pessoas para se habilitarem a rendas, heranças, tenças, comedorias, ofícios, etc. Para além de nomes, a documentação pode incluir a filiação, cônjuges, irmãos ou outros parentes, origem geográfica, profissões e outros dados interessantes para Genealogia.

Exemplo do conteúdo desta documentação
Uma vez que a localização da série na página do ANTT não é fácil, dada a ausência de título, deixamos aqui os links para o que já está indexado. 

Concelho da Fazenda - PT/TT/CFZ
Série Justificações do Reino (ainda sem título nem referência) - Unidade 001
Sub unidades que nesta data possuem já maços indexados:
Unidade 01
Unidade 03
Unidade 06
Unidade 13

Para pesquisar dentro desta série: clicar em Pesquisa Avançada e inserir a referência PT/TT/CFZ/001 no campo Referência. Introduzir o nome a pesquisar na caixa Título e clicar no botão Pesquisar.
Para pesquisar por localidades:
1 - inserir a referência PT/TT/CFZ/001 no campo Referência
2 - deixar a caixa Título em branco.
3 - clicar em "Pesquisar noutros campos" para mostrar a caixa Âmbito e Conteúdo.
4 - Inserir  o nome da localidade nessa caixa.
5 - clicar no botão Pesquisar
Em vez da localidade, podem inserir outros termos em Âmbito e Conteúdo.

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