Repositório de recursos e documentos com interesse para a Genealogia

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14 de fevereiro de 2018

14 de fevereiro de 2018 por Manuela Alves comentários



O nosso olhar no século XXI



O olhar nos anos de Oitocentos
Reprodução da gravura publicada em 1835, representando a calçada no morro das Fontaínhas, junto à capela da Quinta da Fraga, o Rio Douro e a Serra do Pilar.Autoria: Joseph James Forrester (des.); Richard James Lane (dir.); George Childs (litogr.)
Fonte Arquivo Histórico Municipal do Porto

 E nos idos de Seiscentos  um monte que vai para a Quinta da Fraga 26 Março 1667
 

31 de janeiro de 2018

31 de janeiro de 2018 por Maria do Céu Barros comentários

Por Maria Isabel Frescata Montargil

Conhecia-a numa gaveta de um toucador, na minha infância. Não há muitos anos procurei o seu retrato … Perdera-se!
Num aniversário meu, por Janeiro, dediquei-lhe um pequeno texto (aquele cujos excertos agora partilho). Mas o retrato …
Esta foto é idêntica à que eu vira. Tinha sido oferecida a familiares, numa quinta que eu conhecera já abandonada. Tinham falecido… A empregada da casa guardou a fotografia, oferecendo-a a uma sobrinha, já idosa. Esta, por sua vez, porque sentiu que a vida lhe fugia, ofereceu-a a um primo meu, sabendo-o pessoa de família. Que então me ofertou uma reprodução …
(Tinha tentado entretanto conseguir fotocópia do seu assento de nascimento. Sem sucesso ... parecia maldição!)
Oferta "casualmente" (?...) chegada em novo aniversário meu …Tinham passado dois anos sobre o texto . Cerca de cem desde que a foto tinha sido tirada! 
Recordava-a bem! Era …
“ Uma menina.
Uma outra menina. Mais ou menos da sua idade. Uns seis anos, quando muito sete. Com os cabelos pelos ombros, risca ao lado e um travessão estreito a prendê-los. Lábios finos na boca pequena, fechada e firme. Muito séria. E aquele olhar imenso, de quem quer abarcar o mundo e os outros e não pode. Porque não pertencia ao mundo e os outros também não lhe pertenciam.


E fitavam-na muito fixamente aqueles enormes e muito claros olhos – diziam que verdes, porque ali eram em cinza. Toda a menina era em tons cinza esmaecida, quase sépia. A menina que vivia na gaveta era um retrato.
A dona da casa segurava-a com cuidado, mergulhava naquele olhar e ficava como que náufraga, como que perdida. Por tempos sem fim. Com a voz ferida, ia dizendo baixinho:
“- Se ao menos ela tivesse vivido poderia ser hoje minha amiga, quem sabe…Talvez pudesse desabafar com ela. Talvez me sentisse menos só …”.
“Ela” era a irmã que a dona da casa nunca tinha conhecido. Morrera muito antes do seu nascimento. Aos sete anos, com uma doença num braço, doença de estranho nome. Dela restara só aquela fotografia de uma menina diferente. E a lembrança a diluir-se.
….
Cheia de pena via a outra menina da sua idade. A “tia Maria”. Uma tia criança, em tons cinza-sépia e perpétua meninice. Fitou-lhe mais uma vez o rosto. Rosto cujo olhar levaria para sempre no seu.
….

Num dia frio de Outono procurou-a noutro lugar. Dia de Finados. Muitos anos mais tarde. A sua mãe partira também. Definitivamente. Era agora estudante e ainda jovem.. Não a encontrou; apenas um quase-berço de terra-chã, terra-mãe, rodeado por grades meio ferrugentas. Mais altas na cabeceira, como um pequeno altar. Numa pequena cama.
E dos ramos de flores que trazia, fez-lhe uma colcha de Primavera. Em florzinhas amarelas, brancas, rosa-vivo. Para a compensar daquele olhar a dissolver-se em cinzento-sépia e que um dia tinha sido verde como a Esperança.
Talvez que com aquela colcha ela regressasse depois do Inverno, como Perséfone. E colhesse as papoilas que não longe dali cresceriam. Mas ela não regressou, nem sequer à memória dos seus. 
Apenas à da sobrinha-menina da sua idade, talvez mais sua irmã que a mãe da menina. 
Crescera entretanto. Seria mãe. Colheria papoilas na Primavera e no Outono comeria grãos de romã. O ciclo continuaria. 
Mas no Outono da sua própria vida – a acinzentar-se – lembraria a Primavera no olhar da menina do retrato.
Inutilmente.


30 de dezembro de 2017

30 de dezembro de 2017 por Manuela Alves comentários
O Arquivo Histórico Municipal do Porto tem vindo a disponibilizar on line os róis das Décimas da cidade do Porto, que foram objecto de um post específico e outros com eles relacionados.
 Lançamento da Décima da Cidade (do Porto)
É  um trabalho moroso de bastidores, que exige tempo, disponibilidades materiais e humanas para que documentos há muito tempo arquivados, com critérios que hoje nos escapam, possam ser úteis a um público não especializado e com interesses de investigação diferenciados.
No sentido de obviar esta longa e necessária espera pela totalidade do espólio arquivístico existente no AHMP, resolvemos facultar neste blogue à medida das nossas disponibilidades temporais (enquanto outros voluntários não se juntam a nós no AHMP para estas tarefas) índices das Décimas do Termo do Porto,
Com esses índices, damos a conhecer um súmula dos documentos  existentes, facilitando aos interessados eventuais pedidos ao Arquivo Histórico Municipal do Porto das respectivas digitalizações ao preço tabelado.
  


   kwADPorto

27 de dezembro de 2017

27 de dezembro de 2017 por Manuela Alves comentários

A divulgação on line dos registos da Décima existentes no Arquivo Histórico Municipal do Porto, que abrangem também o seu Termo, fez-nos procurar informação, que, sem cair na especialização sobre o tema, nos desse conhecimentos para compreendermos a evolução da administração municipal e a sua abrangência geográfica,
Partilhamos esta comunicação que cumpre, simultaneamente, dois requisitos: esclarece o essencial e abre portas para os que quiserem saber mais...

Albuquerque, A. S. (2000). Administração Municipal do Porto no século XVIII. In Seminário Internacional sobre História Municipalismo, Poder Local e Poder Central no Mundo Ibérico, Las Palmas e Funchal, 24-28 Out.2005 (pp. 391-420). Região Autónoma da Madeira: CEHA.
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26 de dezembro de 2017

26 de dezembro de 2017 por Maria do Céu Barros comentários
A partir do Livro de Prazos do Cabido da Sé de Braga, António Losa, no seu Subsídios para o Estudo dos Judeus de Braga no Século XV,  dá-nos a conhecer a comunidade judaica de Braga no período precedente à expulsão. A maioria, se não a totalidade, seriam inquilinos do Cabido, tanto na Judiaria Velha como na Nova, tendo, por esse motivo, celebrado contractos que o autor transcreve. Na documentação compulsada vão surgindo os nomes hebraicos que a conversão forçada e a expulsão  lançariam no esquecimento.

Rua de Santo António (Judiaria Nova) e Rua do Poço ou de Santa Maria (Judiaria Velha), onde se situava a Sinagoga, em 1750.


A par dos nomes típicamente hebraicos, como Isaac, Jacob, Abraão, Salomão, Samuel, Yuda, Moisés, Mosse, Mouse, Mousém, Menahem, surgem também outros de origem peninsular. Encontram-se ainda nomes desconhecidos entre os apelidos portugueses, como Brafanez, Cema, Tamassas, etc., e outros de óbvia origem galega e castelhana. Uma curiosidade, assinalada pelo autor, é o facto de alguns prazos estarem assinados pelos arrendatários com caracteres hebraicos.

O estudo permite perceber como são ilusórias  as listas de apelidos sefarditas portugueses que se multiplicam online, julgando alguns incautos, baseados somente nos seus apelidos, terem raízes judaicas. Vejamos um exemplo: um ramo da família Brafanez converteu-se, tendo adoptado o sobrenome Barros, nome de origem toponímica e comum a muitos portugueses. Vamos, assim, encontrar um Gabriel de Barros a residir em Ponte de Lima, precisamente num dos prazos transcritos pelo autor.

Prazo de duas casas na rua da Judiaria que até agora era hua só morada, que tinha sido emprazada a Isac Brafanes, que ao depois se chamou Gabriel de Barros morador em Ponte de Lima e a sua mulher Villida, que ao depois se chamou Branca Pereira, feito de hua a Fernam Bravo, e a duas pessoas; e da outra casa a Águeda Anes irmãa do dito Fernam Bravo e a duas pessoas. Não falla em Laudemio. 14 de Fevereiro de 1500.

Logo a iniciar o estudo, refere o autor que, «contrariamente ao que acontece com os de outras terras minhotas - Guimarães e Barcelos, por exemplo - os judeus de Braga não têm história». Não têm história porque não deram que falar, não existiu entre eles «nenhuma sumidade, quer no campo das letras, quer no das ciências, quer em qualquer outro domínio», nem tão pouco nos chegaram ecos «das calamidades que se abateram sobre os filhos de Israel, sobretudo no decorrer so séc. XV». No entanto eles não escaparam à perseguição e exílio. Frei Pantaleão de Aveiro, no seu Itenerário da Terra Santa e suas particularidades, refere que não teriam ainda  «passado vinte casas quando de uma delas saem cinco, ou seis Judeus Portugueses, dizendo com grande alvoroço um deles: Padre Fr. Pantaleão, quem vos trouxe cá, quem havia de cuidar que viríeis a esta terra? (...) acudiram logo outros das suas lojas com muita alegria, e com eles um moço de bem pouca idade, que por me dizer, não haver dois anos, que saíra de Portugal, lhe perguntei donde era, e porque se ausentara. Disse-me ser natural de Braga, e que fugira, porque queimaram seu pai e tinham presa sua mãe».

Losa, António, Subsídios para o Estudo dos Judeus de Braga no Século XV (pdf)
I Congresso Histórico de Guimarães e sua Colegiada (1980), Volume V

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22 de dezembro de 2017

22 de dezembro de 2017 por Manuela Alves comentários
Foi adicionado à nossa Biblioteca, prateleira Geografia Histórica o álbum Cartografia portuense publicado pelo Manuel de Sousa no seu interessante e completo blogue Porto Desaparecido que nos transporta ao Porto dos nossos antepassados...

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3 de dezembro de 2017

3 de dezembro de 2017 por Maria do Céu Barros comentários
As Memórias Paroquiais de 1758 reúnem as repostas ao inquérito sobre as paróquias e povoações, ordenado pelo Marquês de Pombal em 1758, três anos após o terramoto de Lisboa. Nestes documentos os párocos registaram as descrições geográficas, demográficas, históricas, económicas e administrativas das respectivas paróquias.

A tarefa de proceder à organização das respostas de todos os documentos enviados pelos párocos coube ao Padre Luís Cardoso, sendo concluída em 1832, já depois do seu falecimento, altura em que terá ficado completo o índice de todas as respostas aos inquéritos recebidos.

Índice, elaborado e partilhado por Manuel Guilherme Vasconcelos, com ligações para os diversos documentos de Memórias Paroquias disponíveis online.

Transcrições elaboradas por colaboradores do blogue a quem agradecemos a partilha.
Cortiça, Pombeiro - Por Filipe Pinheiro de Campos
Alvarenga, Arouca - Por Pedro Teles
Vale de Figueira, Santarém - Por Carlos Fidalgo e António José Mendes
Quiaios, Figueira da Foz - Por Carlos Fidalgo e António José Mendes


Informação do arquivo:
O título da colecção "Memórias Paroquiais" é um título consagrado pelo uso, e surge na maioria das monografias que utilizam ou transcrevem documentos desta colecção. No entanto, os volumes que constituem a colecção apresentam na lombada a designação de "Dicionário geográfico de Portugal" e o vol. 44 apresenta na página de rosto "Índice geografico das cidades, vilas e paroquias de Portugal conteudas nos 43 volumes manuscritos do Dicionário Geográfico existente na Biblioteca das Senhora das Necessidades". Os autores Fernando Portugal e Alfredo de Matos (In: Lisboa em 1758. Lisboa: [s.n.], 1974. p. 13) consideram que é um erro chamar-se Dicionário Geográfico de Portugal às Memórias Paroquiais, uma vez que as respostas dos párocos utilizadas para a elaboração do Dicionário Geográfico do Padre Luís Cardoso foram destruídas pelo terramoto de 1755.
Fonte: ANTT

Publicado em 25/07/2014
por Manuela Alves comentários
Pelo seu indubitável interesse e porque não é facilmente acessível, aqui se partilha o artigo da excelente Revista  Raízes & Memórias nº 9.
 





22 de novembro de 2017

22 de novembro de 2017 por Manuela Alves comentários
Para darmos a conhecer a toponímia antiga de Braga, consultamos fundamentalmente a obra de Eduardo Pires de Oliveira[1], existente na BPMP, e dela respigamos excertos, quer do próprio autor quer de outras fontes por ele citadas. Sendo este um instrumento de trabalho, e com as fontes identificadas, as transcrições foram adaptadas ao nosso objectivo. Contamos igualmente com a colaboração do António José Mendes, a quem agradecemos, que partilhou connosco ficheiros seus, já convertidos em Word, que muito facilitaram a nossa tarefa.

Pelo Tombo do Cabido (1369-1380) pode-se conjecturar que a cidade se estendia numa pequena zona situada a S.W da catedral e definida pelas actuais ruas do Alcaide, D. Paio Mendes, largo de S. João do Souto e rua D. Frei Caetano Brandão, a que devemos acrescentar as ruas de Janes e do Souto, bem como as que ligavam as igrejas suburbanas de S. Vicente, S. Vítor e S. Frutuoso, e o início das estradas que uniam Braga a outras povoações.
Com o decorrer dos tempos a cidade continuará a crescer. D. Diogo de Sousa[2], quando chegou a Braga encontrou não uma cidade mas uma aldeia. Resolveu imediatamente transformá-la. O mapa de Braunio (1594) mostra-nos já uma cidade aberta, espraiando-se em direcção a S. Vicente e S. Vítor e à ponte de Guimarães.

Mapa de Braunio de Braga (1594). 1 - Sé; 2 - Castelo; 3 - Paço Arquiepiscopal; 4 - Casa da Câmara; 5 – Estudos Públicos. In Melo, Arnaldo e Ribeiro, Mª do Carmo (Coord.), História da Construção - os construtores. Braga: Ed. CITCEM, 2011, p. 99-128 (http://hdl.handle.net/1822/15455).

O século XVII será um período morto, mas no século XVIII foi necessário criar mais ruas onde pudessem ser construídas novas casas. Em 1725 é aberto um novo largo, donde irradiavam quatro ruas - o Campo Novo[3]. O século XIX será paralelo ao século XVII e só na segunda metade desse século o marasmo continuará a ser vencido.

Braga – Ruas e Praças da Braga Medieval (ALBERTO FEIO) [DIÁRIO DOMINHO, 16.8.1942]
Braga –Designação de Ruas e Praças (LEONÍDIO DE ABREU) [CORREIO DO MINHO, 30.4.1949]
Braga - Denominações antigas d’algumas ruas desta cidade
Braga -Traçado actual das antigas ruas de Braga


[1] As alterações toponímicas (1380-1980) Braga : ASPA, 1982. - 121 p., [1] f. est.; 24 cm. - (Estudos Bracarenses; 1. - Sep. "Museu", 3a Série (1), 1981
[2] Diogo de Sousa (c. 1461-1532) foi bispo do Porto de 1496 a 1505 e de seguida arcebispo de Braga até à sua morte. Foi pela sua acção que Braga rompeu a cintura de muralhas medieval, e se alargou extra-muros.. São da sua responsabilidade a abertura de novas ruas e praças uma nova porta da cidade, o Arco da Porta Nova. Construiu novas igrejas fora de muros como a Senhora-a-Branca.
[3] A actual designação oficial (praça de Mouzinho de Albuquerque) foi atribuída 1898 apenas foi confirmada pela autarquia em 1942. O logradouro continua, entretanto, a ser chamado pela população de “Campo Novo”. 

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19 de novembro de 2017

19 de novembro de 2017 por Maria do Céu Barros comentários
A Revista Portuguesa de História (RPH) é uma revista de periodicidade anual, criada em 1941, no âmbito do Instituto António de Vasconcelos, designado, desde 1975, Instituto de História Económica e Social. Esta Revista tem-se dedicado, desde a sua fundação, à publicação de estudos de investigadores portugueses e estrangeiros na área da História, desde a Antiguidade até à Época Contemporânea. 



A RPH está empenhada na divulgação dos resultados da investigação histórica nas áreas da História Portuguesa e Mundial, sob a forma de artigos, recensões críticas e notícias.  

O acesso é livre, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização do conhecimento em nível internacional. 

Podem aceder aos números que se encontram disponíveis online, a partir do nº 39, onde encontrarão estudos muito interessantes para Genealogia.

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18 de novembro de 2017

18 de novembro de 2017 por Manuela Alves comentários
A consulta de documentos antigos, nomeadamente dos registos paroquiais, listas de contribuintes ou de recenseamento político, por exemplo, e o desejo de não reduzir a genealogia familiar a uma lista de factos vitais mas sim o de reconstituir  tanto quanto possível  o contexto em que viveram os nossos antepassados,  estão na origem da criação deste instrumento auxiliar. 

Capela N.S. das Dores (vista actual), onde casaram os meus trisavós
Ele resultou da nossa própria investigação das raizes familiares, sem nenhuma veleidade de criação original ou de rigor na transcrição das fontes, primárias ou secundárias. Limitamo-nos a indicar as fontes primárias onde fomos buscar a informação.
Começo pela Póvoa de Varzim, e agradeço publicamente toda a ajuda que me foi dada pela Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, na pessoa da Dra Ana Maria Caldas da Costa.
Este tópico está aberto à contribuição de outros voluntários. Basta enviarem os ficheiros disponibilizados pro bono para o mail do blogue para publicação e atribuição da respectiva autoria
Toponímia antiga da Póvoa de Varzim

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12 de novembro de 2017

12 de novembro de 2017 por Maria do Céu Barros comentários
Seguindo uma dica da Márcia Helena Miranda de Sousa, criamos esta tabela em Excel para calcular a percentagem de antepassados identificados. Desconhece-se o autor da ideia original.

ou


Instruções:
  • Inserir o número de pessoas identificadas, por geração e lugar de origem. 
  • As células a cinzento são de cálculo automático (não precisam de teclar nada nelas).
Para inserir novas colunas:
  • copiar as duas últimas células cinzentas das linhas 22 e 23 e colar numa nova coluna, nas mesmas linhas. Podem depois formatar a coluna com limites, cores, etc.

Tabela da Márcia Helena e na qual nos baseamos, já preenchida:


Mãos à obra :-)


9 de novembro de 2017

9 de novembro de 2017 por Maria do Céu Barros comentários
Da leitura de documentação antiga resultam, por vezes, algumas descobertas interessantes. É o caso da tomada de posse da igreja de S. João de Castelões pelo novo reitor Domingos de Sousa, registada em documento. Nele se descreve o ritual seguido nessa investidura. 


Missa de S. Gregório por Francisco de Campos - Séc. XVI (1560-1570) - Arquidiocese de Évora

Aos vinte e dois dias de Março, domingo de paixão, dominica passion, do ano presente de seiscentos e quarenta e três na igreja paroquial de São João de Castelões do termo da vila de Guimarães, me foi entregue umas bulas apostólicas de Sua Santidade, as quais beijei e pus na coroa da cabeça como filho obediente aos mandados apostólicos, e as preguei na porta principal da dita igreja matriz, e as publiquei, estando presentes a maior parte dos fregueses, e por verdade delas dei posse a Domingos de Sousa reitor novo, e a seu requerimento fiz o seguinte, e das testemunhas abaixo nomeadas, e logo ele reitor disse missa na dita igreja, tomando a dita posse dela, pondo as mãos nos cálices e pedras de ara e corporais e vestimentas, e livros, e galhetas e tomou as chaves nas suas mãos e abriu as portas e as fechou, e tangeu o sino, sendo vigário na dita igreja o padre Francisco Jorge com seu título ad nutum, o qual disse que não punha dúvida alguma a ele dito reitor a tomar posse, mas que protestava não prejudicar seu direito que tinha de vigário com seus títulos que tem, assim desta dita igreja como da igreja de São Pedro de Queimadela e meeira a esta igreja de são João de Castelões. Testemunhas Domingos Fernandes de Varzielas e João Jorge e Pedro Francisco e António Francisco, Domingos Gaspar, todos fregueses desta igreja de Castelões, e eu Ciprião Machado, vigário de Santa Cristina de Agrela, que esta posse dei a requerimento do dito Domingos de Sousa reitor novo hoje era ut supra.

Não é difícil imaginar o ritual através das palavras de Ciprião Machado; os beijos, as bulas na cabeça, o abrir e fechar de portas, o sino tangido e os objectos tocados, todo um comportamento que não deixava dúvidas, a presentes e futuros, de que a reitoria era agora sua. Numa época em que não eram ainda seguidas regras rigorosas para a realização e arquivamento de inquirições de genere (os habilitandos ficavam com os processos, que acabavam por se perder), estes documentos serviam também de prova de sacerdócio. Neste caso específico, 50 anos mais tarde, serviu de evidência da pureza de sangue da geração de um habilitando. A braços com um impedimento que lhe resultara da fama de ser cristão-novo, esgravatou arquivos à procura de comprovativos da cristã velhice da sua família. Assim, com este documento, «donde se deixa ver as falsidades do impedimento», não deveria a diocese duvidar da sua limpeza, uma vez que, na percepção da altura, nunca teria Domingos de Sousa sido aprovado para o sacerdócio se fosse cristão-novo. Sabemos que muitos cristãos-novos integraram, de facto, a hierarquia religiosa, mas isso é outra história...

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por Maria do Céu Barros comentários
Publicada no Boletim de Trabalhos Históricos, está online, na página do Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, mas dividido em vários pdf's, uma lista de crianças expostas. O trabalho não tem indicação de autor, nem da fonte primária.

Os pdf's não são pesquisáveis e a ortografia é a da época, pelo que não é possível pesquisar dentro deles. Têm no entanto a vantagem de estarem ordenados cronologicamente.

Entrada dos engeytados da villa de Guimarães e seu termo, desde 1745 a 1850*

1745 a 1746 - Revista: Vol. XII, 1949-1950, p.160-192
1746 a 1747 - Revista: Vol. XIV, 1952, p.73-96
1747 a 1749 - Revista: Vol. XIV, 1952, p.161-192
1749 a 1750 - Revista: Vol. XV, 1953, p.158-179
1751 a 1751 - Revista Vol. XVI, 1954, p. 71-84
1751 a 1752 - Revista: Vol. XVI, 1954, p.180-192
1752 a 1753 - Revista: Vol. XVII, 1955, p.142-169
1754 a 1754 - Revista: Vol. XVIII, 1956, p. 129-142
1755 a 1757 - Revista: Vol. XIX, 1957, p. 108-135
1758 a 1761 - Revista: Vol. XX, 1958, p. 149-191
1761 a 1762 - Revista: Vol. XXII, 1962, p. 128-150
1763 a 1763 - Revista: Vol. XXIII, 1963, p. 58-69
1764 a 1765 - Revista: Vol. XXIV, 1964, p. 74-99
1766 a 1767 - Revista: Vol. XXV, 1965, p. 122-146
1768 a 1768 - Revista: Vol. XXVI, 1966, p. 237-246
1769 a 1769 - Revista: Vol. XXVII, 1967, p. 183-197
1770 a 1770 - Revista: Vol. XXVIII, 1975-1977, p.254-266
1771 a 1771 - Revista: Vol. XXIX, 1978, p.157-166
1772 a 1772 - Revista: Vol. XXX, 1979, p.305-317
1773 a 1773 - Revista: Vol. XXXI, 1980, p.241-253
1774 a 1774 - Revista: Vol. XXXII, 1981, p.204-216
1774 a 1744 - Revista: Vol. XXXIV, 1983, p.297-309
1775 a 1775 - Revista: Vol. XXXV, 1984, p.259-271
1776 a 1776 - Revista: Vol. XXXVI, 1985, p.349-359
1777 a 1777 - Revista: Vol. XXXVII, 1986, p.251-264
1778 a 1778 - Revista: Vol. XXXVIII, 1987, p. 247-259
1779 a 1779 - Revista: Vol. XXXIX, 1988, p.339-357
1780 a 1780 - Revista: Vol. XL, 1989, p.289-306

* Não encontramos mais publicações desta série posteriores a 1780

Actualizado em 15-06-2020
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7 de novembro de 2017

7 de novembro de 2017 por Maria do Céu Barros comentários
Documento muito interessante sobre a emigração portuguesa para o Brasil, sobretudo por abordar também o período colonial. Nele são listadas variadas fontes que poderão ser úteis para pesquisa de passaportes dessa época.



"Muitos portugueses chegaram no Brasil durante essa época, não apenas como colonos subsidiados, mas também como migrantes por conta própria. Livros de registo de passaportes do fim do século XVIII mostram que havia um pequeno, porém constante fluxo de pessoas que migravam para o Brasil independentemente. Estes não faziam parte de nenhuma iniciativa de colonização de um estado patrocinador, mas buscavam um futuro melhor." Note-se, no entanto, que a maioria seguia para o Brasil sem passaporte, sobretudo as mulheres.

Ainda assim, muitos desses recém-chegados (...) vieram para o Brasil sem passaporte e a sua chegada nunca foi registada. Em 1833, o chefe de polícia do Rio de Janeiro, Aureliano de Sousa Oliveira Coutinho, declarou que um grande número de portugueses haviam entrado no Brasil sem passaporte. Este afirmou:

  • ... milhares de portugueses, que atualmente nele (no império) estão residindo, é bem sabido que a maior parte deles veio sem trazer passaporte.
Um ano depois, o cônsul português João Baptista Moreira afirmou que a maioria dos portugueses vivendo no Rio de Janeiro tinham imigrado sem passaporte.   
A chegada de constantes e massivas ondas de portugueses no Brasil também é evidenciada por fontes qualitativas. Por exemplo, em 1826, o cônsul português no Rio de Janeiro Carlos Mathias Pereira, escreveu para o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, o Conde do Porto Santo, dizendo que todos os navios de portugueses, particularmente vindos do Porto, chegaram ao Rio cheios de pessoas fugindo de Portugal.

  • Permita-me V. Exa. que eu tome a liberdade de apresentar que todas as embarcações que saem de Portugal vem cheias de gente fugida, particularmente as que vem do Porto. O “Danúbio” que chegou ultimamente, além de um grande número de pessoas que trouxe de mais na lista da tripulação, trouxe escondidos 38 rapazes; esta classe de gente que vindo para  o Brasil deve fazer falta a agricultura de Portugal.


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