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20 de abril de 2015

20 de abril de 2015 por GenealogiaFB comentários
Algures dentro de nós há uma torre caída
algures na perdida, perdida memória
- Manuel Alegre, in "Lição do Arquitecto Manuel da Maia", Atlântico


Sempre gostei de História. Da de Portugal também. E contudo é tão diferente o meu olhar sobre o nosso passado, desde que estudo as minhas origens genealógicas... Muitas, muitas gerações oriundas de lugares que nem sabia existirem, vivências de factos muito falados, mas até recentemente “alheios”. Sei agora que os “genes” de uma amálgama de gentes oriundas de muitos lugares e de todas as classes sociais correm em mim. Chorei com a “colera morbus” e com os nomes dos “meus” nas listas das valas comuns. Surpreendi-me com antepassados do clero idos para Pernambuco, em plena guerra dos quilombos. “Tremi” com Álcácer-Quibir e com a destruição de Malaca. Entristeci-me pelo desastre de Mamora e por Alfarrobeira. “Aterrei-me” perante a Inquisição e interroguei-me por aqueles que nela eram “oficiais”. Olhei o Tejo pelas “Tercenas” e o Sado a regurgitar jactos de água fervente perante o pavor de uma antepassada no final da sua gravidez. Tudo isto tenho “vivido”...
Maria Isabel Frescata Montargil


Mais uma vez a vida dá voltas e voltas e de repente estás no mesmo lugar. Andar a fazer a árvore genealógica da família é também descobrires-te a ti próprio. 
Desde que nasci que passo férias e fins de semana no Magoito, uma aldeia perto das Azenhas do Mar, junto à costa de Sintra. É lá que me sinto em casa. Já o meu avô ia para lá desde pequeno apesar de a sua família ser de Oeiras. Corria o boato que a família da minha bisavó Matilde era das Azenhas do Mar. Daí que nunca entendi aquele fascínio pelo Magoito se nas Azenhas também há praia. Porquê? Perguntei várias vezes mas ninguém soube responder. 

Depois de consultar os assentos de baptismo da família, constato que a minha trisavó Elvira nasceu nas Azenhas, mas que os seus pais e avós eram do Magoito. Ou seja, os meus tetravós e os meus quintos avós nasceram e viveram no Magoito desde pelo menos 1750. Imagino os meus avós dessa altura a pescarem e subirem arribas, como o meu pai faz e o meu filho fará, e sei que nesta vida nada é por acaso.


Deixo-vos uma foto de aproximadamente 1924, o meu avô é a terceira criança a contar da esquerda de fato de banho escuro, nasceu em 1916. Também estão nesta foto a irmã do meu avô, uma tia e a minha bisavó, além de avós e bisavós de pessoas que hoje em dia são meus amigos.
- Marisa Alves


Eu nasci em Faro e a minha esposa em Portimão e, quando decidimos casar em 2002, começamos a procurar casa fora do "rebuliço" de Faro (onde morávamos), sair da confusão da cidade e aproveitar a qualidade de vida que só os ares do campo proporcionam. Um amigo comum, sugeriu-nos São Brás de Alportel, pois não obstante ser uma pequena vila serrana, dispõe de todas as infraestruturas que estávamos habituados a ter na cidade e dista pouco mais de 20 km dos nossos locais de trabalho. Adquirimos moradia num sítio chamado Gralheira que dista pouco mais de 2 km do centro da vila, e após já estarmos instalados vim a descobrir através de documentação familiar que os meus ancestrais paternos provinham de São Brás de Alportel, mais concretamente do sítio da Gralheira desde pelo menos meados do séc.XVIII...!!! Ou seja, em 300 anos e com um interregno de 2 gerações (eu e o meu pai, que nascemos em Faro), houve um regresso fortuito às origens ditado quiçá pelo destino. Resta-me acrescentar que o meu filho já nasceu na Gralheira em 2007 e é até agora o 9º Manoel primogénito do ramo de Sousa Pires! Não acredito em bruxas, mas....
- Basílio Pires


A genealogia ajuda-nos a encontrar a família, a compreender a família e os seus percursos, mas também a desmistificar a família em histórias que nos foram passando como sendo certas. É por isso que se torna um compromisso para o resto da vida! 
A genealogia leva-nos, ainda, à dimensão certa da nossa identidade que, anteriormente, desconhecíamos: outra geografia, outras tradições, outros credos, a tal mistura de "rato do campo" e de "rato da cidade", para usar a deliciosa metáfora da Manuela Alves. Mas o maior impacto que encontrei, depois de alguns anos de pesquisas, foi o da inesperada lucidez da relatividade do tempo e a consciência da nossa própria finitude.
Leonor Araújo



Testemunhos partilhados no Facebook, publicados aqui com autorização dos autores.


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