Batalhões Académicos
Várias vezes se formaram batalhões académicos no decorrer
da história de Portugal nos sécs. XIX e XX. A sua importância,
mais simbólica do que real, não deve exagerar-se para além do
ideal que levou à sua formação. Nunca a sua importância
bélica foi decisiva no desenrolar dos acontecimentos. A 1ª
formação conhecida por Batalhão Académico da Universidade de
Coimbra distinguiu-se na luta contra as tropas francesas,
comandadas por Junot, e brilhou na tomada da cidade da Figueira
da Foz, em 1808.
Com o título de Batalhão de Voluntários
Académicos, formou-se em Coimbra (1826) um corpo de tropas (6
companhias) que se distinguem, na época agitada e confusa da
regência da infanta D.Isabel Maria, pela sua actividade de apoio
às forças liberais que no País combatiam a forte facção
absolutista. Organizado contra a vontade da Universidade e do
Governo, recebeu a protecção do então general João Carlos de
Saldanha que, como ministro da Guerra, mandou anular as faltas
marcadas aos estudantes que compunham o Batalhão.
Formou-se,
novamente, um Batalhão Académico em 1828, de ideias liberais,
para se aliar às forças que pretendiam terçar armas contra as
tropas miguelistas. Finalmente, na guerra civil - a Patuleia -
reuniu-se de novo um Batalhão Académico que ofereceu os seus
serviços às forças da Junta Provisória do Reino, com sede no
Porto. Nesta época (1846-47) as forças académicas pretendiam
secundar o espírito liberal da Junta do Porto, combatendo,
agora, o reaccionarismo do duque de Saldanha, herdeiro directo da
política do conde de Tomar. Depois da proclamação
da República (1910), e aquando da restauração da Monarquia do Norte (1919),
organizaram-se de novo Batalhões académicos em Lisboa, Coimbra
e Porto (este mais monárquico, com o nome de Batalhão
Académico Monárquico).
(
Dicionário de História de Portugal, 4 volumes,
SERRÃO, Joel, (ed.lit.), 1ªedição, Lisboa, Iniciativas
Editoriais, vol.I, p.316)
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O 1º Batalhão Académico - 1808 |
É ao Batalhão Académico organizado em 1826, que se refere esta
lista das 6 companhias do Batalhão Académico, transcrita pelo José António Reis, a quem
agradecemos. Através do cruzamento com
outras fontes, poderá ser seguido o percurso ideológico de antepassados
e reveladas permanências ou alterações dos ideais da juventude. Daqui o seu interesse genealógico.
Fonte
Relação
de todos os individuos que compozerão o Batalhão dos Voluntários
Académicos... no anno lectivo de 1826 para 1827, de José Vicente Gomes
de Moura, Coimbra, 1828
Publicado em: Indices-Académicos
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