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2 de maio de 2015

2 de maio de 2015 por GenealogiaFB comentários

Por José Luís Espada Feio

Revelo hoje as curiosas ligações entre a minha genealogia e a de Camilo Ferreira Botelho Castello-Branco, dos fantasiosos parentescos fictícios aos “ocultos” parentescos reais:

Antes de El-Rei D. Luís lhe conceder, já no final da sua vida, o título de Visconde de Correia Botelho que tanto ansiou, ficou célebre a “obsessão” de Camilo em tentar demonstrar que os seus ascendentes paternos provinham de uma linhagem antiga, com foros de fidalguia desde tempos remotos.
Nessa senda, dizia-se 13 º neto do meu avoengo Rodrigo Afonso Pimentel e descendente de todos os Pimentéis antigos até ao século XIII, dos quais descendo por via do costado do meu avô materno.
Se assim fosse, teria, desse modo, um parentesco com Camilo por via de um avô comum neste ramo. Contudo, conforme demonstram todos os estudos realizados sobre a sua genealogia, esta ascendência dos Pimentéis não passou de uma criação fantasiosa do escritor, sem qualquer fundo de veracidade.
No entanto, gorado este parentesco pela desconstrução da ascendência fantasiosa de Camilo, vim a encontrar efectivamente um avô comum num dos seus costados maternos (costado da minha avó paterna, no que concerne à minha ascendência):


Durante décadas, a família paterna de Camilo Castello-Branco, e o próprio também, em certa medida, tentaram por diversos meios esconder as origens familiares da mãe do escritor. Com efeito, Camilo foi fruto da relação extra-conjugal de seu pai com Jacinta Rosa do Espírito Santo, nascida na vila de Sesimbra em 22 de Novembro de 1799 e oriunda de famílias de condição humilde, motivo pelo qual os Correia Botelho Castello-Branco, muito ciosos da sua condição social, sempre a quiseram ocultar.
É, pois, nesta linha de sucessão que localizei o meu parentesco com Camilo Ferreira Botelho Castello-Branco, cujo 8º avô deste ramo é o meu 11º avô Francisco Pretto, natural da vila de Sesimbra, Capitão-Mor das Naus das índias e Mares de Bengala por Mercê de El-Rei D. Sebastião.
No entanto, não obstante a família de mãe de Camilo ter efectivamente uma condição humilde à época do nascimento do escritor, desconheciam todos que a avó materna de Jacinta Rosa do Espírito, Ana Pretto Vaz, era descendente de ilustres mareantes do tempo das Descobertas. (O meu 12º avô Pedro Gomes Pretto, 9º avô de Camilo, foi feito fidalgo da Casa de El-Rei D. Manuel com o foro de Moço de Câmara em 1519. O meu 13º avô Gomes Pretto «O Velho», 10º avô de Camilo, recebeu Carta de Privilégio de D. Afonso V, posteriormente confirmada por D. João II).

O que não dariam os “elitistas” Correia Botelho Castello-Branco, com o próprio Camilo à cabeça, sempre tão preocupados em firmar fantasiosas ascendências nos antigos Pimentéis, para saberem, qual ironia do destino, que a “plebeia” Jacinta Rosa que tentavam a todo o custo “apagar” era afinal descendente de antigos fidalgos e Cavaleiros da Casa Real, caídos no esquecimento por via da decadência da epopeia da expansão marítima que séculos antes os havia feito ascender à fidalguia.

Estes curiosos elementos que aqui descrevo sumariamente estão devidamente aprofundados e estudados no fantástico «Processo Genealógico de Camillo Castello-Branco», da autoria de José de Campos e Sousa, um dos mais conceituados genealogistas da primeira metade do século passado.
O exemplar que aqui mostro e que conservo com estima, foi oferecido em mão pelo autor ao meu avô materno em 1946, devidamente autografado e acompanhado de uma pequena nota onde faz alusão ao costado sesimbrense de Camilo Castello-Branco.

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