Casa do Largo, no Porto
Encontrei no
Porto Desaparecido esta fotografia, proveniente do Arquivo Histórico Municipal do Porto, que julgo
ser a última da Casa do Largo, a casa dos meus bisavós,
onde eu nasci e, antes
de mim,
os meus tios avós desde 1911, e o meu tio
materno Arnaldo José, em 1926.
Quando a casa do Largo da Cividade ou Largo do Corpo da Guarda, passou para a posse
dos meus bisavós, em 1911, ainda não estava dividida. Isso só deve ter
acontecido depois da morte da minha bisavó em 1920. E na
parte dividida, à esquerda, por cima do
estabelecimento de armador (funerário)
do meu bisavô José Maria da Silva passou a habitar a D. Lucília,
professora primária, e seu marido, o coronel Machado.
2 registos da mesma casa com 30 anos de diferença - a casa foi comprada em 1908 ,pelo meu trisavô, teve obras e só passou a ser habitada pela sua filha única, Berta e sua família em 1911.
E como as memórias são como as
cerejas, evocar o passado é também evocar as memórias dos vizinhos que povoaram
os espaços dos nossos antepassados e quem sabe, dar pistas a seus eventuais
descendentes que nos leiam. E cá deixo um exemplo:
A D. Lucilia era irmã da D. Irene
Castro, também professora primária, casada com um advogado, pais do Professor Armando de Castro, da
Faculdade de Economia do Porto e do Dr.
Raúl de Castro (e também do Amilcarzinho e da Ireninha, no tratamento familiar
que era usado lá em casa). Ah mas há mais memórias. A Dra Isabel Machado,
casada como Dr. Octávio Abrunhosa, professora e depois minha colega no Colégio de Nossa Senhora da Esperança, e mãe do
Pedro Abrunhosa, era sobrinha do coronel Machado, casado com a D. Lucília (este
casal não teve filhos).
E para terminar: na casa pegada,
do lado direito vivia o ourives (creio) Guilherme Penafort de Campos, com
estabelecimento no rés do chão, pai da amiga de infância da minha Mãe, a
Lininha (Carolina) Campos. Esta veio a casar com o Dr. Raul de Castro.
E fica para outra altura uma
história deste casal, que, fugido às perseguições da PIDE, esteve escondido
na nossa casa de Gaia, para onde tínhamos ido viver, quando a casa do
Largo foi expropriada.
kwADPorto
Publicado em: Espaços, Testemunhos
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