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16 de março de 2020

16 de março de 2020 por Manuela Alves comentários
Publicado anteriormente em 18/12/2018

A origem do nome Corpo da Guarda na toponímia do Porto

A genealogia documentada leva-nos muitas vezes a desmontar estórias de família mal contadas ou esbatidas pelo tempo ou fantasiadas, mas também pode levar ao esclarecimento de mitos ligados à toponímia dos espaços percorridos por gerações que nos antecederam... e que hoje cairam no esquecimento ou que são desconhecidos da gerações que nos seguem... E o que nos falta em erudição, sobra-nos no afinco com que buscamos reconstituir a vida passada da nossa gente em todas as suas vertentes, transformando essas memórias numa memóra de afectos que nos ligam a esse passado familiar.



É este o caso do local, hoje desaparecido, onde eu nasci a casa dos meus bisavós maternos, no Porto, no então denominado Largo da Cividade ou Largo do Corpo da Guarda, 32.

A actual Avenida de D. Afonso Henriques foi rasgada na década de 50 do século XX a fim de estabelecer a ligação da zona da estação de S. Bento ao tabuleiro superior da Ponte de Luís I e isso implicou a demolição dos prédios situados nos quarteirões que aquela veio a atravessar.

A adopção da denominação de Calçada do Corpo da Guarda substituindo a denominação de Calçada da Relação Velha( e antes disso Calçada da Relação) e do largo do mesmo nome – teria ocorrido já no século XIX, e derivaria do facto de para aí se ter transferido, ainda antes do Cerco do Porto, o Corpo da Guarda Real da Polícia do Porto, que anteriormente se encontrava instalado no edifício da Real Casa Pia de Correcção e de Educação. É esta explicação dada por Cunha Freitas na sua obra sobre a toponímia portuense, que tem vindo a ser repetida por muitos que se debruçam sobre estas questões. Ora esta referência ao Terreiro do Corpo da Guarda nas Décimas de 1704 e 1705, publicadas on line pelo Arquivo Histórico Municipal do Porto invalida a justificação tradicional acima referida.


Mas podemos recuar mais : data de 14 de Janeiro de 1615 o emprazamento pelo Senado da Câmara de “huma moradia de casas na Rua do Corpo da Guarda, junto da Travessa do Forno que vai para a rua Escura e ao canto da Calçada [ …] pelo foro de 35 réis a Francisco Pereira” (Fonte : Prazos Livro 3, Fol. 245)
Mas ainda me resta para descobrir a origem do magnifico azulejo (primeira imagem), hoje guardado no Banco de Materiais da C.M.P. e proveniente de uma casa demolida no Corpo da Guarda, bem como os anteriores ocupantes da Casa do Largo. Será que consigo?

Se ainda não tive ocasião de averiguar a origem do azulejo, dois factos posso acrescentar:
Foi o Mestre João António Correia,  autor de Negro, obra exposta no Museu Nacional Soares dos Reis e primo direito de minha tetravó materna, o anterior ocupante da Casa do Largo. Aí faleceu solteiro em 1898;
o último andar da casa onde avultam umas janelas, destoando do resto do edifício, foi a "mansarda" mandada construir em 1908 por Francisco José Júlio dos Santos, meu trisavô, conforme  consta da respectiva planta.

kwADPorto
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