Repositório de recursos e documentos com interesse para a Genealogia

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  • Primeiros passos em Genealogia: como começar, onde pesquisar, recursos disponíveis e outras informações.

  • Apelidos de família: de onde vêm, como se formaram.

  • Índices de passaportes, bilhetes de identidade, inquirições de genere e outros.

15 de setembro de 2021

15 de setembro de 2021 por Maria do Céu Barros comentários
O Centro de Estudos da Mina de S. Domingos, é um projecto sem fins lucrativos, que se dedica ao estudo da história e do património da antiga aldeia do couto mineiro (freguesia de Corte de Pinto) e das suas características, suas gentes e costumes, os locais, entre outros. Trata-se de um trabalho muito bem conseguido e de grande interesse, desde os excelentes índices paroquiais, onde é fácil e agradável pesquisar, à coleção fotográfica, mapas e outros, e que está também aberto à colaboração de possíveis interessados em contribuir para este projecto. Recomendamos vivamente uma visita, certas de que irão gostar.


Aguardando a troca de turno, década de 60 do século XX - Fonte


O CEMSD agrega um largo conjunto de documentos devidamente organizados, alguns de extrema raridade e até agora de difícil acesso por via electrónica, de que se destaca cerca de 11.000 fichas individuais de funcionários da antiga empresa mineira e antigos habitantes da aldeia. Na página encontram ainda índices de baptismos, casamentos e óbitos da freguesia de Corte de Pinto e, no módulo "GENTE" também assentos de todas as freguesias do concelho de Mértola (com destaque para a freguesia de Santana de Cambas), dos concelhos circundantes (ex: Serpa, Moura, Almodôvar) bem como dos do distrito do Algarve (maioritariamente dos concelho de Alcoutim, Vila Real de Santo António e Tavira).

Todos os interessados em genealogia ou outro tipo de investigadores poderão igual e nomeadamente consultar no período cronológico que abarca a exploração mineira (1856-1967) outros registos de pessoas que habitaram, trabalharam, casaram ou morreram na mesma freguesia localizados durante a pesquisa dos investigadores do CEMSD, por exemplo através dos registos do recenseamento eleitoral, das fichas de sócios do sindicato, da casa do Povo, dos registos militares, dos professores, dos comerciantes. 

Os contributos (informação, fotos, documentos, etc.) podem ser enviados para geral@cemsd.pt 


kdADBeja

2 de setembro de 2021

2 de setembro de 2021 por Maria do Céu Barros comentários

Nation between empires - Following the paths of Portuguese Jews in eighteenth-century London, é uma página dedicada ao estudo dos judeus sefarditas que se mudaram para Londres em consequência da perseguição movida pela Inquisição em Portugal e Espanha. 



Um projecto dirigido por Carla Vieira (CHAM / NOVA FCSH – UAc; Cátedra de Estudos Sefarditas Alberto Benveniste, Universidade de Lisboa), contém diversas genealogias assim como a história das famílias.

The website Nation between Empires aims to connect both phases of this movement, providing information and historical sources on the path of New Christian/Jewish families and individuals from their origins and life in Portugal until their settlement in England and British colonial territories. Through a prosopographic approach, the objective is to disclose life paths, trade networks and geographic, economic and social mobility.


Encontram ainda diversos processos da Inquisição e testamentos, entre outra documentação.

Agradecemos ao Rui Faísca Pereira a indicação deste projecto.

5 de julho de 2021

5 de julho de 2021 por Paula Peixoto comentários

Índice de Processos de casamento da Cúria Diocesana de Miranda e Bragança, que se encontram no Arquivo Distrital de Bragança, de 1735 a 1899 (caixa 1 a 9). Trabalho realizado pelo Filipe Pinheiro de Campos.

Praça Almeida Garrett - Bragança




Processos de Casamento
Cúria Diocesana de Miranda e Bragança
DATA Caixas ÍNDICE
1735 a 1899 Caixa 1 a 9 PDF
kwADBragança

1 de julho de 2021

1 de julho de 2021 por Paula Peixoto comentários

Índices de Registo de passaportes deferidos pelo Governo Civil de Bragança, um trabalho realizado pelo Filipe Pinheiro de Campos, que também cedeu a imagem onde está representado o Edifício do Governo Civil de Bragança,

Edifício do Governo Civil de Bragança


ÍNDICE DE REGISTOS DE PASSAPORTE
GOVERNO CIVIL DE BRAGANÇA
DATA LIVROS ÍNDICES
1899

Arquivo Distrital de Bragança

Excel
1900 Excel
1901 Excel
1902 Excel

Os restantes índices de passaportes, do arquivo distrital de Bragança, neste post

kwADBragança

17 de junho de 2021

17 de junho de 2021 por Paula Peixoto comentários
Índice dos Registos Civis de filhos de não católicos 
Índice feito para os livros que se encontram no Arquivo Distrital do Porto. 
Estes registos também se encontram no Arquivo Histórico Municipal do Porto (Casa do Infante) onde a imagem é mais nítida, no excel tem link para os mesmos.



O Decreto de 21 de outubro de 1868 modificou a divisão geográfica e administrativa do concelho do Porto, extinguindo o Bairro de Cedofeita, bem como o de Santo Ovídio e o de Santa Catarina. São criados, em sua substituição, o Bairro Oriental (1.º Bairro) e o Bairro Ocidental (2.º Bairro), com as respetivas administrações. 
Faziam parte do Bairro Oriental as freguesias do Bonfim, Campanhã, Santo Ildefonso, Paranhos e Sé;  
Faziam parte do Bairro Ocidental as freguesias de Cedofeita, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Massarelos, Miragaia, São Nicolau e Vitória. 
A partir de 1895 as freguesias de Aldoar, Nevogilde e Ramalde, anexadas ao concelho do Porto, passam a integrar o Bairro Ocidental, de acordo com o decreto de 21 de novembro desse ano.
in Arquivo Municipal do Porto


Índice dos Registos de Nascimento de
não Católicos
DATA LIVRO ÍNDICES
12/05/1879 a 26/09/1898 Bairro Oriental do Porto Excel
26/09/1898 a 26/12/1901 Bairro Oriental do Porto Excel

kwADPorto

16 de maio de 2021

16 de maio de 2021 por Maria do Céu Barros comentários

O genealogista e nosso colaborador José António Reis tem vindo a partilhar algumas árvores de costados inacabadas, parte de um projecto antigo a que chamou Costados Portuenses. Certas de que poderão ser úteis para outros investigadores, iremos reunindo neste blogue esses documentos. Agradecemos ao autor pela generosidade com que disponibiliza estes trabalhos.

Ponte Pênsil do Porto, entre 1842 e 1877 - Fonte: Wikipedia

A maior parte das árvores está incompleta, uma vez que estas pesquisas são muito demoradas, mas o objectivo é o de poderem ser completadas por outros genealogistas e, eventualmente, corrigirem erros que detectem.


Árvores de Costados de:


Alberto Pimentel - xlsx
Cardeal D. Américo - xlsx
D. António Ferreira Gomes - xlsx
António Pereira Nobre - pdf
António Oliveira - xlsx

Carmen Miranda - pdf

Elísio Alexandre Soares dos Santos - pdf

Germano Silva - xlsx

Júlio Dinis - xlsx
Júlio Resende - pdf

Manuel António da Mota - xlsx
Manuel de Oliveira - xlsx
Marta Ortigão Sampaio - xlsx

Passos Manuel - xlsx

Raul Brandão - pdf

Soares dos Reis - xlsx

Xisto - pdf


kwADPorto

13 de maio de 2021

13 de maio de 2021 por Paula Peixoto comentários


De modo a agilizar a consulta dos livros Mistos ( que contém registos de baptismo, casamento e óbito) a Ana Josefsson elaborou um guia que facilita o acesso rápido a cada uma das opções. 
Estes guias pertencem às freguesias pesquisadas pela Ana e que generosamente partilha com todos nós.



 
     
Distrito
Concelho Freguesia
LINK
Castelo Branco Belmonte Caria
São Tiago Belmonte
Castelo Branco Almaceda
Louriçal do Campo
Salgueiro do Campo
Sobral do Campo
Tinalhas
Covilhã Boidobra
Fundão Alpedrinha
Soalheira
Souto da Casa
KwADCasteloBranco
     
Distrito
Concelho Freguesia
LINK
Coimbra Coimbra Botão
Lousã Foz de Arouce
Vila Nova de Poiares São Miguel de Poiares
kwADCoimbra
             
Distrito Concelho Freguesia
LINK
Guarda Almeida Azinhal
Gouveia Cativelos
Guarda Alvendre
Nossa Senhora do Mercado
Ramela
S. Vicente
Sabugal Aldeia de Santo António
Seia Santiago
Seia
Girabolhos
kwADGuarda
 
Distrito Concelho Freguesia
LINK
Leiria Ansião Avelar
Chão de Couce
kwADLeiria

Distrito Concelho Freguesia
LINK
Santarém Benavente Samora Correia
Ferreira do Zêzere Chãos
kwADSantarem
      
Distrito Concelho Freguesia
LINK
Viseu Santa Comba Dão Pinheiro de Ázere
kwADViseu

10 de maio de 2021

10 de maio de 2021 por Maria do Céu Barros comentários
De acordo com o princípio que norteou a criação deste blog, publicamos aqui alguns trabalhos elaborados por colaboradores para seu uso próprio e que, generosamente, decidiram partilhar. Trata-se de índices de baptismos, casamentos ou óbitos, de algumas localidades, muito úteis para quem pesquisa nessas zonas.
O nosso agradecimento ao António Filipe Rebola Rosado, Levi Redondo Bolacha, Jorge Nunes, António Godinho de Carvalho e Ana Filomena da Silva Alves Roberto que disponibilizaram os seus índices, trabalhos que aqui se publicam. Alguns índices não estão completos, mas serão actualizados ao longo do tempo.


Dica: Use a barra de deslocamento à direita da tabela para ver mais índices. Clique nas datas para aceder aos índices.

NOTA: OS índices podem conter alguns erros.
 

kwADPortalegre
Originalmente publicado em 22/2/2015

15 de abril de 2021

15 de abril de 2021 por GenealogiaFB comentários


É com o maior prazer e com o nosso reconhecimento que partilhamos esta mensagem da Maria João Pereira da Costa :

Congratulando a equipa do Genealogia FB pelo fantástico trabalho que tem feito no apoio à pesquisa genealógica, informo que, tendo-me apercebido da inexistência de qualquer compilação conhecida da mais de uma centena de relações dos militares e civis agraciados com a medalha de D. Pedro e D. Maria, divulgadas nas Ordens do Exército e no Diário de Lisboa ao longo dos cerca de sete anos em que funcionou uma comissão de classificação instituída para apuramento de todos os que à dita medalha tinham direito, me ocorreu dá-las a conhecer, complementando-as com alguma informação relativa à instituição da medalha e à sua atribuição e entrega.

 O resultado assumiu a forma de um livro digital (em formato PDF), cuja capa reproduzo em anexo, de acesso livre e dedicado a todos aqueles que, desinteressadamente, têm disponibilizado o seu tempo e saber no apoio à pesquisa genealógica, seja pelo esclarecimento de dúvidas, seja pela criação de ferramentas e a divulgação de recursos. Intitulado A medalha de D. Pedro e D. Maria. Distinção comemorativa dos serviços prestados no período 1826-1834, instituída em 1861 e concedida entre 1862 e 1869, está disponível no Internet Archive, em https://archive.org/details/a-medalha-de-d.-pedro-e-d.-maria-mjpcosta-2021/



20 de março de 2021

20 de março de 2021 por Maria do Céu Barros comentários

Por Isabel Frescata Montargil

Estávamos em pouco mais de meados do mês de Fevereiro. Ano de 1689 de Nosso Senhor.
O dia da Senhora das Candeias, dia 2 de Fevereiro, dia de previsão meteorológica das mais seguras (e desconcertantes) desde muitos séculos antes, já tinha passado.
Não havia quem dos campos fizesse o seu ganha-pão que não o soubesse …
“Se a Senhora das Candeias vem a chorar está o Inverno para acabar, se vem a rir está o Inverno para vir”…
Decerto teria chorado mais uma vez a Senhora das Candeias. Talvez pelas intempéries… Não é seguro que assim fosse, contudo.
Merecedor de dó, o pobre guardião do minúsculo templo …. Entre vinhas e olivais.
Que continuariam por muitos anos a encher os cálices das Eucaristias e as candeias da Senhora. Com uma mó bem por perto …
Pobre Ermitão, solitário, a meio caminho entre a vila de Palmela e a Aldeia. Aldeia mais tarde da Quinta do Anjo.
Uma estrada de pouco mais do que pé posto do lado direito, seguindo para Coina, era apropriada para peregrinos que pretendiam atalhar caminhos.
Pobre ermitão da famosa ermida de São Brás. São Brás, o protector de gargantas com moléstia…Cuja celebração era no dia a seguir à Senhora das Candeias, a 3 de Fevereiro.
Se sete bispos ali tinham estado para benzerem a ermida, tinha sido decerto há muito.
De tal não se recordava o ermitão…
Por tempos d’el Rei D. Dinis, ao que diziam ….
Rei D. Dinis, aquele que “fez tudo quanto quis”, assim dizia o povo. E voz do povo é voz de Deus, asseguram …
O mesmo Deus, senhor dos católicos e com vasta corte de santos, por mor de quem tinha sido a Ermida construída.
Preso por grossa cadeia a uma mó em “África, terra de infiéis” estava o mui ilustre e desconhecido Conde Alberto. Triste sina a sua, aviltado como fora por terras da mourama …
Não se conformava a família ….
Depois de sua filha e mulher terem pedido a intercessão divina através de Santa Susana, com tal convicção o fizeram, que repentinamente se encontraram o dito Conde e a mó carcereira naquele ermo. A um quarto de légua da vila de Palmela onde residiria. Terra da Ordem de Santiago …
Santiago, o Matamouros , obviamente …
Com facilidade em terras da sua terra natal se terá o aristocrático cativo visto livre da prisão.
Propagou-se a fama do prodígio e na ermida erguiam-se os altares . De Santa Susana, com o respectivo quadro.
São Brás (decerto não inocente nesta fuga) merecia lugar de relevo, com rica imagem dourada “com sua mitra e bago muito rico”
Tê-la-á oferecido a Infanta D. Isabel, Duquesa de Coimbra e esposa do malogrado Infante das Sete Partidas.
Um quadro com Santa Luzia num altar colateral fazia-lhes companhia, bem como outro com Nossa Senhora da Graça.
Segundo a tradição, não era raro esta última imagem inclinar a cabeça, numa manifestação do muito agrado que tinha pela libertação do Conde Alberto. Santa Barbara e Santa Apolónia também faziam sentir as suas presenças por imagens de madeira.
O altar principal sobressaía, revestido a azulejos.
Era a ermida tão minúscula que não pequeno milagre era apesar de tudo o seu recheio caber no diminuto quadrado que de início a constituía. Apesar de ter sido prolongada com paredes de alvenaria, continuava a ser de dimensões modestas.
E ainda lá se encontrava a mó vinda também miraculosamente de terras do Norte de África, juntamente com o Conde Alberto. Mó também ela prodigiosa. Bastava enfiar a cabeça no buraco, e dor de cabeça que existisse, era dor que desaparecia …
Muito melhor que as modernas aspirinas!
Tudo bem guardado, com portas de castanho fortes, fechadas a ferrolho. Tinham sido novas na época da Visitação de 1534. O Sr. Visitador até escrevera tudo isso nos Livros de Visitações da Ordem de Santiago.
Mas fora há tanto tempo …
Também é certo que ninguém se atreveria a tentar a entrada …
Havia cuidado com o ferrolho e a fresta que dava claridade à ermida era tão estreita! Posta do lado sul, deixava entrar boa luz, mas nem o luxo de uma vidraça ou sequer de um encerado existiam …
Anexo à ermida encontrava-se o também diminuto Hospital de São Brás e Santa Susana para acolhimento de “peregrinos e viajantes, mendigos, doentes e moribundos”. Apenas de cerca de 12 metros por 7.
Pouco dotado contudo para a recuperação dos que tinham a infelicidade de aí tombarem doentes na sua viagem. Fosse esta pela fé, por vagabundagem ou apenas má sorte.
Na esmagadora maioria esperava-os apenas a viagem derradeira. A que todos fazem …
A cobertura desse hospital era de telha vã. Oferecida por gentes da freguesia da Anunciada, de Setúbal. Da confraria. Sempre tinham sido devotos da ermida. E mais tinham oferecido, escrevia o Sr. Visitador no já longínquo ano de 1534.
Se tinham então ficado as velhas vigas da ermida, também em madeira de castanho, era porque estavam sãs. Foram pintadas de novo. Nada se poderia desaproveitar …
Quanto ao pequeno hospital, tinha sido feito de novo, de pedra e cal e do tamanho do anterior … Era muito antigo, pois.
Tudo bem ladrilhado, oferta dos de Setúbal … ermida, hospital, em tijolo tosco, que era sítio de devoção e não de luxo.
A maioria dos benfeitores, gente de Troino, principalmente pescadores da freguesia da Anunciada de Setúbal, também não era gente abonada. De fé, sim. Temente a Deus e temerosa da pirataria moura que fazia as suas incursões na orla de Setúbal.
Se lhes sucedesse o mesmo que ao Conde Alberto? Bem poderiam mulheres e filhos enfiar a cabeça no buraco da mó… que esta não se compadeceria.
Faltar-lhes-ia o pão …O de cada dia!
Mas os sucessivos ermitões, na sua guarda da ermida, tinham motivo para estarem felizes. Nem todos se poderiam ufanar das suas casas serem de alvenaria…
Em frente a Serra, a do Louro, era fonte de paixões de quem de perto a conhecia.
Assim se iria passar mais tarde com o Sr. Padre que narraria ao Sr. Marquês de Pombal do sítio e das suas maravilhas nas “Memórias Paroquiais”. Falaria da ermida e das plantas mágicas que cresciam na Serra …
Conhecia algumas a autora destas linhas. Pela juventude lá ia, a pedido da Avó, moradora na encosta, muito perto da ermida morta. Em quinta com o nome da ermida …
Ia buscar temperos, que eram muito diferentes as plantas acabadas de colher …
Uns orégãos, o louro, pouco mais. As pequenas orquídeas de cetim roxo e orla aveludada, rasteirinhas à greda do solo, distraíam-na. Não atraíam apenas descuidadas vespas e abelhas. Levadas ao engano, convictas que se trataria de amorosos parceiros da sua espécie…
Talvez por ali tivessem andado mulheres da sua família. De gerações que em muito a antecederam. Por tempos em que a ermida e o seu hospital ainda existiam.
Depois tudo ficara reduzido a uns restos esburacados de uma parede …
Todos desconheciam o que fora.
E ali, na ermida, até tinha casado a Ana, a filha mais velha do seu ancestral avô Veríssimo José. O que casara na Atalaia e nascera nas margens do Tejo, em Sacavém. Poucos anos antes do terramoto. Cujo avô vivera em terras do Marquês do Alegrete, por Monte Redondo…
Outros contos, também eles perdidos …
Era, pois, a Ermida de São Brás local eleito não apenas para luto e lágrimas, mas também para risos e festejos de casórios.
….
Como acontecia naquele dia 20 de Fevereiro de 1689, com o Sr. Ermitão.
Com autorização do Reverendo Vigário de Setúbal, Francisco Gonçalves, o Ermitão de São Brás iria casar-se com Maria da Conceição.
Dia de festa, claro!
Apenas uma pequena nota à nota constante da margem do seu assento de casamento: chamam-nos a atenção e a desconfiança as palavras aí escritas.
Desconfiança de desconfianças do Sr. Pároco…
Asseste-se o olhar, apure-se a vista e descobrir-se-á o porquê: imediatamente a seguir ao nome do nubente, existe um aposto (ou continuado – e que “continuação”!). No qual se encontra escrito :
- “viúvo de quatro mulheres”. QUATRO!!
Será que as tão apreciadas ervas “mágicas” da Serra teriam outros efeitos que não os da cura … (??!)
Ter-se-ia equivocado o Sr. Pároco das “Memórias Paroquiais”?
Que diria o Sr. Marquês de Pombal, se de tal soubesse?
Para mais era o Marquês frequentador da zona da Arrábida. Não muitos quilómetros adiante, existiria uma quinta (a de São Payo), por ele oferecida à sua filha mais velha …
Mas tal iria acontecer muito depois, décadas após o quinto casamento de Francisco Gonçalves.
……
Vai um chàzinho com o Sr. Ermitão de São Brás?
(Março de 2021)




BIBLIOGRAFIA :
- “As Igrejas da Ordem Militar de Santiago. Arquitectura e Materiais”. Tese de Doutoramento em História da Arte Portuguesa (Mário Raul de Sousa Cunha)
- “Memórias Paroquiais”. Palmela.

8 de março de 2021

8 de março de 2021 por Manuela Alves comentários

 

É sempre com muito prazer que divulgamos os trabalhos dos nossos colegas de grupo  E isto por duas razões: uma porque são testemunhos de quanto o comum amor pela genealogia e a espirito colaborativo cimenta o nosso grupo; outra pelo interesse que em si mesmo têm os sus trabalhos.

Com os nossos agradecimentos ao Adolfo da Conceição e seus colaboradores aqui deixamos este documento sobre as gentes desta freguesia do concelho de Torres Vedras. 

São relativamente raros os róis dos confessados, perdidos na voragem do tempo e no menosprezo pelos testemunhos do passado, e por isso, o primordial interesse deste trabalho. Em segundo lugar, pela interesse genealógico  que pode ter, fora do âmbito restrito do nosso grupo.

por Gnealogiafb2 comentários

A Fenix Angrence é uma obra do padre Manuel Luís Maldonado, que embora verse sobre a genealogia e a história dos Açores em linhas gerais, dedica grande parte da sua atenção à ilha Terceira. A obra foi escrita entre 1683 e 1711, uma vez que os últimos capítulos se encontram incompletos, presumivelmente pela morte do autor.

A obra, na sua parte histórica divide-se em três partes: 

  • Livro Primeiro - Do Século de Quatrocentos, subdividido em alentos, cada um correspondendo a uma década, iniciando-se em 1450;
  • Livro Segundo - Do Século de Mil e Quinhentos, subdividido em alentos, cada um correspondendo a uma ou mais décadas;
  • Livro Terceiro - Do Século de Seiscentos, subdividido em alentos, cada um correspondendo a uma década, terminando na Dezena de 1690

Fonte: MADE IN AZORES



Segue o índice da parte genealógica, produzido pela Manuela Castelão e que generosamente o partilhou com o blogue.


FÉNIX ANGRENSE
OBRA ÍNDICE


kwADAçores

15 de fevereiro de 2021

15 de fevereiro de 2021 por Gnealogiafb2 comentários
Há cerca de um mês foi publicada pelo nosso Colega José da Costa Reis esta obra de carácter genealógico "Genealogias dos Carneiro da Grã e dos Costa Reis: memórias de fidalgos e de enfiteutas da freguesia de Santa Eulália de Balasar".




A edição de 300 exemplares encontra-se já praticamente esgotada. Mas o seu autor, numa generosa partilha, coloca aqui gratuitamente (acesso livre) o pdf deste livro.

Sensibiliza-nos mais este testemunho do espírito de solidariedade e entreajuda genealógicas que constituem o timbre deste grupo e que estamos certas será partilhado por todos vós. A nossa gratidão, José Costa Reis e continuação de bons trabalhos!
 






kwADPorto

1 de fevereiro de 2021

1 de fevereiro de 2021 por Manuela Alves comentários



Vasco Gil de Soverosa era filho de Gil Vasques de Soverosa,  e sua segunda mulher Sancha Gonçalves de Orvaneja,  O pai era um rico-homem das cortes de D.Sancho I (* 1154-+211), D.Afonso II (*1185-+1223) e D.Sancho II (*1209-+1248), que desde 1205 até 1240, foi tenente de Basto,  em 1207 e em 1234-1235, de Sousa,  e de Barroso entre 1207 e 1240, e ainda de Panóias e de Montalegre, em datas desconhecidas.
Vasco Gil era meio-irmão de Martim Gil de Soverosa, o poderoso valido de D. Sancho II.
Juntamente com os outros seus  irmãos poderá ter acompanhado  Martim Gil no exílio, uma vez que, com aqueles, esteve na conquista de Sevilha, em 1248, tendo sido beneficiado pelo respectivo «repartimiento», de 1253,. O seu exílio é compreensível, atendendo, por um lado, ao parentesco com figuras intimamente ligadas a D.Sancho II, e, por outro, pelo seu comprometimento directo nos sucessos bélicos de 1245-47, tendo mesmo sido aprisionado pelas tropas do Bolonhês, em 1246, na tomada de Leiria.
O Nobiliário do conde D. Pedro informa-nos que Vasco  na sua juventude  terá tomado ordens menores com vista a uma carreira eclesiástica, mas posteriormente casou  com Fruilhe Fernandes de Riba de Vizela, filha de Fernão Anes "Cheira"de Riba de Vizela e Maria Mendes da Silva, casamento de que resultaram cinco filhos.  Foram meus 24ºs avós.


Vasco Gil detinha bens na Galiza, como se comprova por um acordo feito  em 1289, entre os herdeiros do seu irmão Manrique Gil, além do património herdado de seu pai, entre os quais avulta a honra de Ribelas, no julgado de Tarouca. Pelo seu matrimónio acedeu a alguns bens importantes, como a honra de Pessegueiro, no julgado de Sever.
Regressou a Portugal por volta de 1255, e  em 1258,  é mencionado nas Inquirições Gerais que se lavraram nesse ano. Terá falecido, em data desconhecida, após 1258.
Entre as suas poesias, seleccionei três, cada um representativa dos três géneros presentes nos cancioneiros galaico-portugueses.

Ai mia senhor! quero-vos preguntar:
pois que vos ides e eu nom poss'ir
vosco per rem, e sem grad'a partir
m'hei eu de vós e de vosco morar,
ai eu cativo! por Deus, que farei?
Ai eu cativo!, que nom poderei
prender conselho, pois sem vós ficar!

Nom sei hoj'eu tam bom conselhador
que me podesse bom conselho dar
na mui gram coita que hei d'endurar,
u vos nom vir, fremosa mia senhor.
Ai eu cativo!, de mi que será?
Ai eu cativo!, que hei por vós já
viver em cuita, mentr'eu vivo for!

E os meus olhos nom podem veer
prazer em mentr'eu vivo for, per rem,
pois vos nom virem, meu lum'e meu bem!
E por aquesto querria saber:
ai, eu cativ'!, e que será de mim?
Ai eu cativ'!, e mal dia naci,
pois hei de vós alongad'a viver!

O trovador pergunta emotivamente à sua senhora o que fará, pois vê que ela parte. Sem poder acompanhá-la, ficando a morar longe, não sabe que solução encontrar para a sua dor. Nem ninguém lhe poderá dar remédio ao sofrimento que sentirá para o resto dos seus dias.


Quando se foi noutro dia daqui
o meu amigo, roguei-lh'eu, por Deus,
chorando muito destes olhos meus,
que nom tardass'e disse-m'el assi:
      que nunca Deus lhi desse de mi bem
       se nom veesse mui ced', e nom vem.
 
Quando se foi noutro dia, que nom
pud'al fazer, dixi-lh'eu, se tardar
quisesse muito, que nunca falar
podia mig', e disse-m'el entom:
       que nunca Deus lhi desse de mi bem
       se nom veesse mui ced', e nom vem.
 
Nom sei que x'est ou que pode seer
por que nom vem, pois que lho eu roguei,
ca el mi disse como vos direi
e sol nom meteu i de nom poder,
       que nunca Deus lhi desse de mi bem
       se nom veesse mui ced', e nom vem.
 
Nom sei que diga, tanto m'é gram mal
do meu amigo, de como morreu,
ca mi diss'el, u se de mi quitou,
e nom sacou ende morte nem al,
       que nunca Deus lhi desse de mi bem
       se nom veesse mui ced', e nom vem.
A moça aflige-se porque, dias antes, quando se foi embora, o seu amigo lhe jurou, perante os seus rogos e lágrimas, que voltaria muito em breve, e agora não vem. Nessa despedida, ela até lhe tinha dito que não voltaria a falar com ele, se se demorasse, de modo que não compreende o que se passa, pois ele garantiu-lhe taxativamente que viria, sem mesmo mencionar um eventual impedimento ou mesmo a morte. E o mais certo, pois, é ter mesmo morrido.


Vasco Gil, Afonso X

- Rei D. Afonso, se Deus vos perdom,
desto vos venho [a vós] preguntar;
[si]quer ora punhade de mi dar
tal recado, que seja com razom:
quem dá seu manto, que lho guard'alguém,
e lho não dá tal qual o deu, por en
que manda [i] o Livro de Leon?

- Dom Vaasco, eu fui já clerizom
e Degreda soía estudar;
e nas escolas u soía entrar
dos maestres aprendi tal liçom:
que manto d'outrem nom filhe per rem;
mais se o m'eu melhoro, faço bem,
e nom sõo por aquesto ladrom.

- Rei Dom Afonso, ladrom por atal
em nulha terra nunca chamar vi,
nem vós, senhor, non'o oístes a mim,
ca, se o dissesse, diria mal;
ante [o] tenho por trajeitador
(se Deus mi valha, nunca vi melhor)
quem assi torna pena de cendal.

- Dom Vaasco, dizer-vos quer'eu al
daqueste preito, que eu aprendi:
oí dizer que trajeitou assi
já ũa vez um rei em Portugal:
houve um dia de trajeitar sabor
e por se meter por mais sabedor,
fez [alguém] cavaleiro do Hespital.
 A tenção é uma  cantiga em que intervêm dois trovadores, que discutem, em estrofes alternadas, uma questão entre si. O primeiro a intervir é considerado, nos manuscritos, o autor da cantiga. O seu interlocutor tem de manter, na sua resposta, o esquema formal proposto na 1ª estrofe (métrico, rimático, etc.); a cada interveniente cabe o mesmo número de estrofes (ou ainda de findas, se a composição as tiver).

A composição deve datar, como sugeriu Carolina Michaelis, do primeiro ano do reinado do Afonso X de Leão e Castela, o  Sábio (1252). Recentemente, William Kurtz fez o estudo detalhado da cantiga,cujo resumo aqui transcrevo
Vasco Gil e Afonso X tratam de um assunto concreto (preito), com um protagonista qualificado como trajeitador articulada a partir de uma suposição legal no campo da jurisdição civil processual (posse e retorno alterado de um manto, manto que por sua vez era um indicador de classe e senhorio; com o acrescento de se opor à antiga legislação herdada (Livro de Leão) o novo  Direito (Decreto) estudado nas escolas  e pelo qual está  explicitamente interessado o rei. Este trajeitador é comparado a um rei que houve em Portugal.

Considera  W. Kurtz  que não ir para além da leitura literal e da estrutura do poema sem a aprofundar com  uma leitura adicional dos seus seus níveis simbólicos  seria trair a própria hermenêutica e a escolha explícita da poesia galego-portuguesa para palavras subentendidas Então, o  rei em Portugal que originalmente trajeitou e aquele com quem é comparado seriam D. Afonso Henriques e D. Afonso III.
Ambos os reis começaram a exercer o domínio não com a categoria de reis, mas chegaram a tal condição mais tarde (eles modificaram a natureza do seu senhorio, de seu manto, eles o transformaram) e, em ambos os casos, o apoio recebido da estrutura eclesiástica, foi essencial para isso.

O último verso fez  [se] cavaleiro do Hospital poderia ser interpretado, como um alusão ao facto de que o primeiro rei português feudalizado o reino ao papado.
Esta hipótese explicaria assim os todos os elementos do poema: Vasco Gil estaria perguntando a  Afonso X a sua opinião sobre a mudança de estatuto de Afonso de Bolonha por comissão do Papa Inocêncio IV e quer saber o que a lei diz sobre isso.
Afonso X responde-lhe que, tendo estudado leis, sabe que não se deve aceitar o senhorio do reino de ninguém  (manto d’outrem nom filhe per rem ), mas que não é delito melhorar o que de facto se tem Vasco Gil responde que não quis fazer tal acusação, ainda que considere que Afonso III transformara o que tinha , e o termo que usa  “ trajeitador” tem uma evidente carga negativa. Finalmente, Afonso X termina o poema, recordando que o que Afonso III não difere muito do que outrora fizera Afonso Henriques, fundador da dinastia e da monarquia portuguesa, com apoio eclesiástico.


20 de janeiro de 2021

20 de janeiro de 2021 por Manuela Alves comentários

 Aviso enviado pelo Carlos Leite, o criador do GetLinks, a quem agradecemos

Aparentemente o familysearch está a bloquear os ip de quem descarrega com o GetLinks. Parece que será a machadada final na aplicação, no que respeita ao familysearch. Convém avisar os incautos para que não fiquem sem acesso à dita plataforma.
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