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6 de outubro de 2015

6 de outubro de 2015 por Manuela Alves comentários
O interesse da Paula nos artigos da autoria de Pedro de Azevedo, publicados no Archivo Historico Portuguez Vol. IX 1914 e Vol. X 1916, que existem na Biblioteca Municipal do Porto, chamaram-me a atenção para o interesse da sua divulgação junto de todos aqueles que investigam as suas origens familiares e que também nem sempre dispõem facilmente do acesso às fontes.

Os volumes onde foram publicados não estão disponíveis online, no entanto podem ser consultadas aqui as fotocópias (pdf pesquisável) desses artigos de Pedro de Azevedo. Estes textos tratam de familiares do Santo Ofício, todos de Vila Real, suspeitos de serem, ou descenderem, de cristãos-novos, com transcrições parciais de processos consultados.

Da introdução feita pelo autor, ressaltamos, em grafia actualizada, o excerto seguinte:


"Em continuação das minhas pesquisas sobre a família do romancista Camilo, compulsei grande número de processos dos familiares do Santo Oficio, naturais e residentes de Vila Real e deles retirei o que havia sobre indivíduos recusados e suspeitos. Por estes processos vim a ganhar a convicção de que o aparecimento numa família de familiares, cavaleiros de ordens militares ou eclesiásticas, tanto seculares como regulares, e de bacharéis em direito, não prova que ela fosse de origem cristã-velha.
Um comissário do Santo Oficio que se deixasse subornar por interesses pessoais ou materiais podia dirigir o inquérito de forma que, um individuo mais que suspeito no sangue fosse dado por limpo, o que é confirmado por casos que se amontoam, quanto mais nos apartamos do século XVI, período em que ainda estavam na lembrança as origens cristãs e judaicas de cada um.
Para aumentar a confusão sucede, que no século XVI e principio do século XVII não havia disposição que proibisse a entrada nas ordens religiosas e na nobreza a cristãos-novos e como mais tarde era ignorada esta circunstância, dava-se como prova da limpeza de sangue de uma família a existência nela de eclesiásticos e cavaleiros.
A ciência ainda não tirou bem a limpo a questão da mestiçagem de raças e a consequente mistura de qualidades a elas inerentes. Quanto a Portugal, o que se pode afirmar, é que depois do século XV se deu uma forte inquinação de sangue israelita, porque não tendo a Inquisição destruído todos os hebreus aqui residentes em grande número, nem tão pouco tendo eles emigrado em proporção notável, segue-se que aqui ficaram aderindo de corpo e alma à religião cristã. Temos ainda hoje entre nós algumas famílias notáveis que mal sonham na existência dos seus orientais antepassados. Nos distritos orientais (Bragança e Guarda) ainda se conserva a lembrança de famílias puras e judias, porém no resto do país já ela se obliterou.
Os extractos que fiz dos processos de habilitações de Vila Real provam o que digo em geral."
Pedro de Azevedo

Do Archivo Historico Portuguez, estão digitalizados 4 volumes, disponíveis online através do archive.org:
Volume I - 1903 : Volume IV - 1906 : Volume V - 1907 : Volume VI - 1908

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