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  • Primeiros passos em Genealogia: como começar, onde pesquisar, recursos disponíveis e outras informações.

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28 de outubro de 2019

28 de outubro de 2019 por Maria do Céu Barros comentários
O programa Archive GetLinks é uma aplicação Java que permite descarregar livros em formato digital disponíveis na Internet.

IMPORTANTE: Esta página deixou de ser actualizada. Podem, no entanto, continuar a descarregar a versão 1.07.1 (em baixo).  Para a nova versão clicar aqui.

IMPORTANT: This page is no longer updated, but you may download version 1.07.1 (bellow). Get the new version here.




Disponível para MAC, Windows e Linux.


Línguas suportadas : Português, Inglês, Espanhol, Italiano




Apoie este projecto

A aplicação foi desenvolvida por Carlos Leite, e partilhada por ele gratuitamente com toda a Internet através deste blogue. Tem dedicado muitas horas do seu tempo a melhorar e a adaptar o GetLinks às sucessivas alterações nos arquivos, tentando sempre ir de encontro aos pedidos que lhe fazem, dentro do possível. O serviço que tem prestado à comunidade genealógica, que ultrapassa as fronteiras de Portugal e Brasil, é inestimável. Se alguma vez pensou em agradecer-lhe e oferecer o seu contributo, agora já o pode fazer através de um donativo monetário. Se nunca tinha pensado nisso, talvez possa agora fazê-lo. O seu apoio é importante.
Para contribuir para o desenvolvimento do GetLinks, com o valor que entender, clique na imagem abaixo:

Doar via PayPal
Please support this project by donating via PayPal

Também o pode fazer pelo GetLinks. Clicando no menu Ficheiro e depois em Sobre, encontra um botão PayPal que o levará para a página de donativos do Carlos Leite.

Archive GetLinks




I M P O R T A N T E
INSTALAR O JRE (Java Runtime Environment)
Se não completar este passo, o GetLinks poderá não funcionar.


Para executar estas aplicações é necessário ter o Java Runtime Environment (JRE), versão 8u131 ou superior, instalado no computador.



  • Windows: para instalar o JRE, ou a sua versão mais recente, entrar em http://java.com/pt_BR/ e seguir as instruções na página (se tiver um bloqueador de popups pode ser necessário permitir os popups para o site java.com).
  • MAC: se obtém um erro ao executar a aplicação, ou se esta não iniciar, deve actualizar a versão do Java. Veja aqui  como fazê-lo no Mac.
  • LINUX: terá de instalar a versão 8u131 ou superior do Java.



Archivo GetLinks 1.07.01

Detalhes da nova versão:
  • É agora possível selecionar a língua desejada da aplicação. Para já está disponível em inglês, espanhol e italiano, para além do português.
  • Foi adicionado suporte para mais 2 arquivos: O arquivo PARES - Portal de Archivos Españoles e o Archivo General de la Region de Murcia.
  • No menu opções existe agora a opção "Saltar Imagem em erro", para evitar que a aplicação bloqueie nos downloads quando uma imagem não está disponível.
  • Foram adicionados mais alguns botões que se auto explicam passando o rato sobre eles.

15-07-2020


Com esta aplicação pode descarregar livros dos seguintes arquivos:




Tutorial

Conteúdo deste tutorial:

1 - Instalar o Java
2 - Instalar o GetLinks
3 - On/Off
4 - As opções
5 - Paroquiais nos arquivos portugueses
6 - FamilySearch e outros arquivos, ou outro tpo de livros
7 - FamilySearch - Outras funcionalidades
8 - Parar os downloads
9 - Onde estão as imagens?
10- Eliminar subpastas
11- Download parcial de livros
12- Mais dicas
13- Listas de livros (apenas Digitarq) ***NOVO**
14- Possíveis problemas
15- Problemas com o download de imagens do FamilySearch





INSTALAR

Não é necessário instalar o GetLinks. Apenas necessita fazer o seguinte:

1 - Crie uma pasta no seu computador, por exemplo no Ambiente de Trabalho. Mude o nome dessa pasta para GetLinks.
2 - Coloque o ficheiro Zip que descarregou no passo anterior, dentro da nova pasta GetLinks.
3 - Clique com o botão direito do rato sobre o ficheiro zip e, de seguida, clique em "Extrair aqui".

Para executar o programa:

Clique duas vezes sobre o ficheiro ArchiveDownload.exe OU no ficheiro ArchiveDownload.jar.


Ambos os ficheiros correm a aplicação, mas no sistema Windows é preferível usar o executável uma vez que esse informa caso falte instalar o Java ou se a versão instalada for demasiado antiga. Se ao executar a aplicação o Windows apresentar um aviso sobre a aplicação não ser reconhecida, clique em "Executar mesmo assim".

Aspecto da aplicação




INSTRUÇÕES


ON/OFF

Clique no botão Download para o colocar em ON. Enquanto estiver vermelho nada será descarregado. Assegure-se, por isso, de que está verde antes de iniciar um download. 
Pode utilizá-lo para rapidamente interromper o download de imagens.



As opções 

Por predefinição, o GetLinks guarda as imagens na sua própria pasta, ou seja, na mesma pasta onde está o ficheiro ArchiveDownload.jar. Se desejar guardá-las noutra localização, defina-a no menu Opções, sub-menu Opções.  

Escolha a localização para download em "Pasta de Download", clicando no botão com os três pontinhos. Neste exemplo, criamos uma pasta PAROQUIAIS dentro da pasta do GetLinks, para guardar todos os livros, mas pode usar qualquer outra localização, incluindo uma pen ou disco externo.



Ainda em Opções, desmarque a opção "Carregar com Zip", caso deseje descarregar livros do Archeevo novo, imagem a imagem, em vez de ficheiros zip. Esta opção não tem qualquer efeito no Archeevo antigo, uma vez que esse não oferece a opção para descarregamento de livros inteiros. No Archeevo novo, nem todos os arquivos têm essa opção activada.

Aqui pode também alterar o número de imagens a descarregar em simultâneo. A opção "Saltar Ficheiro Existente" evita a repetição do download de imagens que já existem na pasta.

A opção "Saltar Livro em erro" será explicada mais abaixo em "Importar uma lista de livros".

Saltar imagem em erro - caso uma imagem não esteja disponível, esta opção permite saltar para a imagem seguinte, evitando o bloqueio da aplicação.

FamilySearch: introduza aqui os dados da sua conta FamilySearch para poder aceder aos servidores do FS com o GetLinks. Não poderá descarregar livros do FS sem primeiro efectuar login.



Paroquiais nos Arquivos Portugueses - O tombo.pt é seu amigo

Para todos os arquivos, cujos livros estão listados no tombo.pt.
  • Entre no tombo.pt e navegue até à paróquia que lhe interessa, à página onde estão listados os livros, por exemplo http://tombo.pt/f/gmr35, e copie o link dessa página.
  • No GetLinks, cole esse link na caixa de texto e pressione o botão GO. Assegure-se que o botão Download está ON (verde).
  • Na caixa de diálogo que surge, aguarde até aparecer a árvore com todos os livros. 

  • Clique na primeira opção para desmarcar tudo e, de seguida, seleccione os que lhe interessam.
  • Pode também usar a caixa de filtro para localizar mais rapidamente os livros que procura. Por exemplo, se teclar 1911 e depois clicar em filtrar, as setinhas aparecerão apenas junto aos itens que contêm essas datas. Clique no botão Limpar para voltar à lista inicial.
  • A opção "Índice Max" funciona apenas nos arquivos Digitarq e permite descarregar apenas as primeiras imagens de cada livro escolhido. O valor 0 refere-se a todas as imagens. Tecle outro valor para descarregar apenas esse número de páginas.
  • Clique no botão Iniciar.
  • Logo que o processo termine, o download será iniciado. Se ainda tinha o botão download em OFF, coloque-o em ON.
Nota: Caso surja uma mensagem de erro, verifique se colou o link correcto.
O programa vai carregar as imagens de todos os livros sequencialmente e iniciar o download.

Cada livro será guardado na sua própria pasta, dentro da pasta Baptismos, Casamentos ou Óbitos, consoante for o caso. Estas, por sua vez, serão guardadas numa pasta com o nome da freguesia. O GetLinks cria todas essas pastas automaticamente, para não ter de se preocupar em organizar as imagens.

Esta é a forma ideal para descarregar paroquiais dos arquivos portugueses, mesmo que apenas queira descarregar 1 livro. Pode, no entanto, usar o link directo de um livro do arquivo pretendido, em vez do link do tombo.pt. Para isso, siga o mesmo procedimento do passo seguinte.


FamilySearch e outros arquivos, ou outro tipo de livros

Siga este passo para o FamilySearch, Direzione Generale per gli Archivi, Iviewer (Arquivo Distrital de Vila Real), Centro de Conhecimento dos Açores.

Siga também este passo para descarregar outros livros, por exemplo, processos da Inquisição, Inquirições de Genere, Bilhetes de Identidade, etc. Os livros das Memórias Paroquiais, não podem ser processados de uma vez, ou seja, tem de ser por Tomos.

Note que, nestes casos, o GetLinks apenas descarrega um livro de cada vez e não cria, nem organiza, automaticamente, as imagens em pastas. Terá de o fazer manualmente. Pode optar por fazê-lo antes de iniciar o download ou, se preferir, fazê-lo depois de ter descarregado o livro:

Organizar antes de iniciar o download: 
Abra as Opções e introduza o caminho para a pasta desejada. Se a pasta não existir, ela será criada. No exemplo abaixo, usamos o caminho que já lá estava e adicionamos mais 3 pastas :
\Pencelo\Baptismos\1537-1670
 Como estas últimas não existem, o GetLinks perguntará se desejamos criá-las.


Organizar depois de ter feito o download do livro:
Abra a pasta onde foram guardadas as imagens e faça a sua organização manualmente.

Para descarregar

  • Na página do arquivo em questão, localize o livro pretendido e abra-o no browser. 
  • Copie o link e cole-o na caixa de texto do GetLinks.
  • Clique no botão GO.


FamilySearch - Outras Funcionalidades

Pode carregar vários livros de uma vez, quando pesquisa no catálogo do FamilySearch, como é o caso deste exemplo.

  • Copie o link do catálogo e cole-o na caixa de texto do GetLinks
  • Clique no botão GO e aguarde pelo carregamento dos livros
  • Clique na primeira opção para desmarcar tudo e, de seguida, seleccione os que lhe interessam.
  • Clique no botão Iniciar.
  • Logo que o processo termine, o download será iniciado. Se ainda tinha o botão download em OFF, coloque-o em ON.
Pode descarregar apenas as primeiras páginas de um dado livro. Por exemplo, no link acima aparecem vários processos de casamento e, normalmente, nas primeiras páginas surge a informação relevante. Para não ter de descarregar tudo, faz sentido haver a possibilidade de descarregar apenas a primeira página de cada processo, de modo a poupar espaço em disco e tempo.
Seguir os seguintes passos:
  • Coloque o botão de Download em OFF
  • Copie o link do catálogo e cole-o na caixa de texto do GetLinks
  • Clique no botão GO e aguarde pelo carregamento dos livros
  • Clique na primeira opção para desmarcar tudo e, de seguida, seleccione os que lhe interessam.
  • Clique no botão Iniciar.
  • Aguarde pelo preenchimento da grelha.
  • Seleccione todas as imagens (na grelha clique com o botão direito do rato e escolha "Selecionar tudo", ou então use as teclas CTRL+A ou CTRL+T)
  • Carregue no botão stop da grelha (parar os downloads). As linhas ficarão todas a vermelho.


  • Seleccione uma linha qualquer da grelha. Carregar em Ctrl-1 para selecionar apenas a 1ª folha de cada livro, Ctrl+2 para selecionar duas, e assim sucessivamente. 
  • Coloque o botão Download em ON


  • Serão descarregadas apenas as primeiras páginas


Ooops, enganei-me! Como é que paro o download?

Para abortar um processo clique no botão Download para o pôr em OFF (de verde passará a vermelho).


Antes de iniciar outro processo carregue no botão Limpar para remover os livros pendentes.



Onde estão as imagens?

Após terminado o download, as imagens estarão guardadas na pasta definida em Opções. Se não definiu uma pasta de download, as imagens estarão na mesma pasta onde tem o GetLinks.

Pode ir directo do GetLinks para a pasta de download clicando no botão "Abrir Pasta de Downloads"





Eliminar subpastas

A partir da versão 1.04.6, o GetLinks passou a incluir mais um botão que pode ser usado para eliminar subpastas criadas pela aplicação. Isto é particularmente útil, por exemplo, para descarregar os pedidos de bilhetes de identidade. Com a versão anterior cada pedido de BI ficava numa pasta diferente, o que não era muito cómodo para pesquisar. 

Para descarregar os pedidos de bilhete de identidade, deve-se seguir os seguintes passos:
  1. Seleccionar o tomo desejado no Digitarq, em Nível: Unidade de Instalação, por exemplo; http://digitarq.adptg.arquivos.pt/details?id=1058335 e copiar o link.
  2. No GetLinks colocar o botão download em OFF.
  3. Clicar no botão GO e seleccionar os itéms desejados.
  4. Quando os  links estiverem carregados na grelha, seleccionar todas as linhas (CTRL+A ou CTRL+T) e carregar no botão 'Remover Sub-Pastas'




5 - Começar o download.

Desta forma, ao descarregar, fica tudo na mesma pasta.



Download parcial de livros 

Funciona apenas com livros dos arquivos Digitarq

Para descarregar apenas algumas imagens, em vez do livro inteiro:
Coloque o botão Download em OFF (vermelho)
Cole o link do livro Digitarq na caixa de texto do GetLinks
Pressione o botão GO e, logo de seguida, pressione o botão Pausar. O carregamento de imagens na grelha será interrompido.

Mova a barra de deslocamento até à imagem pretendida. Enquanto vai movendo a bolinha, o número das imagens vai aparecendo logo acima da barra de deslocamento. 


Quando chegar à imagem pretendida, clique novamente no botão Pausar/Recomeçar


O carregamento das imagens na grelha será retomado a partir da imagem escolhida na barra de deslocamento.
Coloque o botão Download em ON (verde). Todas as imagens apresentadas na grelha serão descarregadas.
Como podem ver na imagem a seguir, as imagens entre a 2 e 60, não foram carregadas na grelha, pelo que não serão descarregadas.




Mais Dicas

Se fechar a aplicação os links são preservados. Ao reabrir a aplicação, o download será retomado. Pode interromper colocando o botão Download em OFF.

Pode abrir uma imagem descarregada através de duplo click na grelha.



Listas de Livros - Apenas para DIGITARQ
disponível a partir da versão 1.05.02


Esta funcionalidade permite importar um ficheiro csv (comma separated values), para o GetLinks, onde os livros estão descritos no formato Nome;URL;Subpasta. Depois da escolha dos livros, o GetLinks descarrega os livros sucessivamente. Útil para longas listas de livros, como são os diversos processos existentes no ANTT.

Funcionamento:

  1.  Comece por criar o ficheiro csv. Pode fazê-lo no Bloco de Notas, Notepad++, Excel, etc. Neste exemplo usaremos o Bloco de Notas e uma lista de processos de Bacharéis.
    • Abra o Bloco de Notas e num documento novo faça a lista de processos que quer descarregar. Tecle o nome que identifica o processo ou livro, seguido de ponto e vírgula (;). Depois, tecle o link do processo, também seguido de ponto e vírgula. Finalmente, tecle o nome da pasta e/ou subpasta onde quer guardar as imagens. Se a pasta e/ou subpasta não existirem, serão criadas. Neste caso queremos guardar tudo na pasta Bacharéis, em subpastas com os nomes dos indivíduos, por isso, teclamos cada item da lista neste formato:

      António Tavares Carvalho 1717;https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=7667798;Bacharéis\António Tavares Carvalho 1717.

    • Guarde o ficheiro na pasta do GetLinks: escolha a opção "Todos os ficheiros (*.*)" e adicione a extensão csv ao nome do ficheiro, como no exemplo:


  2.  Abra o GetLinks e clique em Opções no menu Opções. 
    • Verifique se o caminho que aparece na pasta de download é a raiz correcta para os novos livros. O GetLinks criará aí as novas pastas aí.
    • Selecione a opção "Saltar Livro em erro". Isto fará com que o GetLinks avance para o próximo livro da lista caso surja algum erro (por exemplo, o livro pode ainda não estar digitalizado). Clique OK para fechar as Opções.

  3.  No Menu Ficheiro, clique em "Importar lista de livros". Escolha o ficheiro que acabou de criar. Pressione o botão Open.



  4.  Na janela "EScolher Livros" aparece a lista que acabou de importar.
    • Selecione os que lhe interessam.


    • Caso deseje descarregar apenas as primeiras páginas de cada livro, introduza o seu número na caixa "Índice Max". Pressione o botão Iniciar.

  5.  Por baixo do botão GO! pode ver, a azul, o nome da pasta e/ou subpasta onde as imagens estão a ser guardadas. 
Resultado final: tudo organizado por nome da pessoa.



Note que pode combinar vários tipos de livros/processos dentro da mesma lista e usar o campo da pasta\subpasta para os organizar por tipo.

Se preferir usar o Excel, coloque cada campo na sua coluna (Nome | Link | Pasta\subpasta) sem ponto e vírgula. Depois guarde o ficheiro no formato csv. Os campos têm de estar separados por ponto e vírgula. Se o seu Excel os separa por vírgula, terá de temporariamente alterar isso nas Definições Regionais do Windows, ou em Ficheiro -> Opções -> Avançadas -> Opções de Edição ->Separador decimal (se lá estiver ; mude para vírgula).




Possíveis problemas

1 - Nada funciona
  • Instale ou actualize o JAVA. O GetLinks não funcionará enquanto não o fizer. Vá para o primeiro passo e siga as instruções.
  • Verifique se está a usar a última versão do GetLinks. Pode ver a versão no Menu Ficcheiro/Sobre.
2 - Não aparece nada na grelha
  • Poderá haver uma falha na rede ou o servidor do arquivo estar em baixo. Abra o url do livro no seu browser e certifique-se que consegue visualizar o livro pretendido.
3 - Tudo funciona normalmente, o nome das imagens aparece na grelha, mas nenhuma imagem é descarregada.
  • Poderá não ter permissões de escrita para a pasta de download. Abra a respectiva pasta e certifique-se que pode criar pastas e ficheiros dentro dela.
  • Se estiver a guardar os downloads numa pen ou disco externo, verifique se o mesmo está acessível. Alguns discos externos auto hibernam e perdem a ligação ao computador. Se o GetLinks não o detectar, não poderá guardar as imagens, pelo que o download não será efectuado.
  • Se o problema é no FamilySearch, verifique se introduziu o seu nome de utilizador e senha (a mesma que usa para entrar no FamilySearch) nas Opções do GetLinks.
4 - Outros problemas que possam surgir, coloque a sua questão nos comentários mais abaixo, ou no grupo do Facebook associado a este blog. POR FAVOR, não se esqueça de indicar:

  • a versão do GetLinks que está a usar
  • a versão do Java que tem instalado
  • o sistema operativo que usa
  • o link do livro que não consegue descarregar
  • uma descrição do problema


Dizer apenas que não funciona desencoraja qualquer tipo de ajuda.


Problemas com o download de imagens do FamilySearch

14-04-2018

LIMITE DE DOWNLODS:
Recentemente o FamilySearch introduziu restrições ao download  de imagens, o que é normal dado o grande número de pessoas que acedem aos seus servidores. Após o download de cerca de 40 imagens, o utilizador é colocado em espera por um período de tempo variável.

Trata-se de uma configuração do próprio FamilySearch e não do GetLinks.

A solução: deixe o GetLinks aberto no mesmo livro e ao fim de algum tempo o download das imagens seguintes reiniciará automaticamente. 

LOGIN:
O FamilySearch exige uma conta de utilizador para aceder às imagens. Introduza os dados da sua conta no GetLinks (Menu Opções/Opções). Sem isso o GetLinks não consegue autenticar-se no site para descarregar as imagens.

LINK
Alguns livros apenas podem ser descarregados se introduzir no GetLinks o link da vista de miniaturas. A vista de imagem inteira no FS tem um link diferente e nem sempre funciona no GetLinks. Isto acontece, normalmente, com os livros de filmes.

Originalmente publicado em 1/4/2015


29 de julho de 2019

29 de julho de 2019 por Manuela Alves comentários
Para memória futura, partilhamos aqui duas contribuições do Francisco Queiroz e da Maria Oliveira, a quem agradecemos. 
Escreveu Francisco Queiroz:
A notícia genealógica de hoje 



foi partilhada no nosso grupo e acompanhada por um excelente texto informativo que consta do blogue Genealogia sem Segredos e para o qual vos remetemos.

A esta informação, acrescentou a Maria Oliveira a seguinte ligação  https://dre.pt/legislacao-regia?

Boas pesquisas com estas duas ferramentas de investigação genealógica.

14 de julho de 2019

14 de julho de 2019 por Manuela Alves comentários
Memórias genealógicas, um trovador perpetuando uma memória portuense e uma dedicatória à dinâmica Rosário, que dirige a Biblioteca dos Assuntos Portuenses no AHMP e que de cuja amizade granjeada nos trabalhos no “nosso” Arquivo me honro - eis as razões para  este post.
Já tinha concluído há muito, o capítulo das minhas escrevinhices genealógicas dedicado aos Briteiros, meus avoengos trovadores paternos, quando no decorrer das investigações actuais, fui surpreendida pela existência de um pequeno cantar de índole trovadoresca relacionado com um deles e referências ao meu berço geográfico. Daqui foi um pulo até aos “domínios” da minha amiga Rosário a ver o que me trariam os artigos de O Tripeiro pela pena de José Carlos Ribeiro Miranda, professor da Faculdade de Letras da U.P.

E eu, cujos antepassados esgotaram a veia poética, nem me restando sequer uma gotinha de inspiração para alinhavar uma quadra para um mangerico de S. João, mas apenas uma admiração incondicional para os trovadores dos anos 60[1], limito-me a partilhar convosco a síntese de um artigo, publicado na revista “O Tripeiro” nº 6/7 (1995), p. 197-200, acrescentados com pequenas notas interpretativas.

Pois nom hei de Dona Elvira[2]
seu amor e hei sa ira,
esto farei, sem mentira:
pois me vou de Santa Vaia[3],
morarei cabo da Maia[4],
em Doiro, antr'o Porto e Gaia.
Se crevess'eu Martim Sira,
nunca m'eu dali partira
d'u m'el disse que a vira:
em Sam [J]oan'e em saia.
Morarei cabo da Maia,
em Doiro, antr'o Porto e Gaia.

Inicialmente atribuída por Carolina Michaëlis, embora com reservas, a Rui Gomes de Briteiros, meu 20º avô, foi depois atribuída a Martim Soares, autor de uma cantiga de escárnio,  Pois bõas donas som desemparadas, em que censura o “rapto” protagonizado pelo infanção Rui Gomes de Briteiros de uma neta do Conde D. Mem Gonçalves de Sousa, o Sousão, como forma de ascensão social. Mais recentemente foi revisitada como uma cantiga de amor, com características menos usuais e da autoria de Rui Gomes de Briteiros[5].

Diz Ribeiro Miranda no artigo de O Tripeiro :

Trata-se de um texto em que o enunciado é assumido por uma voz masculina, declarando a intenção de proceder a uma acção que visa propiciar o favor de uma mulher - Dona Elvira - que adoptara até então uma atitude hostil às iniciativas desse mesmo sujeito masculino. Esta acção em perspectiva que recebe a caução de uma terceira personagem - Martim Sira - que entretanto a aconselhara traduz-se na ideia expressa no refrão Morarei cabo da Maia,/em Doiro, antr'o Porto e Gaia.

E conclui, e com ele, eu também: 

Se é verdade que o cantar dos trovadores veio a consagrar por intermédio da linguagem da vassalagem amorosa uma conservador atitude de aceitação dos princípios do serviço vassálico e, sobretudo de resignação dos mais jovens perante a dificuldade da Imposição social por via do casamento hipergâmico*, tal não significa que a própria cultura trovadoresca não tenha sido capaz de dar forma a atitudes completamente opostas fossem elas no plano da idealidade, fossem na transposição literária de casos e situações do domínio concreto. Este texto é disso exemplo paradigmático. Embora o nosso trovador manobrasse também com destreza os modelos retóricos e temáticos da vassalagem de amor […] a sua opção é agora diversa porque bem diferente parece ser a sua atitude ao fixar a atenção no mundo feminino. Afinal estamos para por genuíno cantar de amor ao qual, no plano da realidade, venha corresponder um rapto, como se entre a ficção literária E essa mesma realidade houvesse uma insuspeitada continuidade narrativa.


[1] Ver a versão integral do poema escrito em 1963 e incluído no livro _Praça da Canção (1965) escrito por Manuel Alegre . A versão cantada por Adriano Correia de Oliveira é musicada por António Portugal aqui
[2] Elvira Anes da Maia (ou de Sousa) - uma das netas do poderoso Conde D. Mem Gonçalves de Sousa, o Sousão. Nascida por volta de 1210, e desde 1226 à guarda da linhagem materna por morte do pai, terá sido raptada por Rui Gomes de Briteiros, talvez em 1230, com ele casando e dele tendo tido sete filhos. Leontina Ventura e Resende de Oliveira desconfiam da efectividade deste "rapto", que não é referido no Livro Velho, que refere apenas o casamento), mas apenas pelos dois seguintes (o Livro do Deão e o do Conde D. Pedro).
[3] Existia uma igreja de Santa Ovaia de Arouca, para além de duas povoações chamadas Santa Ovaia no distrito de Viseu, uma perto de Tondela e outra perto de Oliveira do Hospital
[4] Maia era o território do pai de D. Elvira, João Peres da Maia
[5] António Resende de Oliveira e José Carlos Ribeiro Miranda, Dois estudos trovadorescos, Porto, 1993.

* Nota minha: Hipergamia é um termo usado em Sociologia, para o acto ou prática de uma pessoa de uma determinada condição social se casar com outra de condição social superior.




10 de julho de 2019

10 de julho de 2019 por Manuela Alves comentários
As cantigas trovadorescas galego-portuguesas são um dos patrimónios mais ricos da Idade Média peninsular. Produzidas durante o período, de cerca de 150 anos, que vai, genericamente, de finais do século XII a meados do século XIV, as cantigas medievais situam-se, historicamente, nas alvores das nacionalidades ibéricas, sendo, em grande parte contemporâneas da chamada Reconquista cristã, que nelas deixa, aliás, numerosas marcas. [...]

1 de julho de 2019

1 de julho de 2019 por Maria do Céu Barros comentários
São conhecidas as tentativas, frequentemente bem sucedidas, por parte dos cristãos-novos, ou dos seus descendentes. de acederem a cargos que lhes estavam interditos, quer na vida eclesiástica quer administrativa. Como medida contra esta infiltração, a 12 de Julho de 1636 o papa Urbano VIII proíbe a entrada no Capítulo da Real Colegiada a todos os que não tivessem provado a limpeza do seu sangue. Em cumprimento desse Breve, a Colegiada passou a conduzir interrogatórios a testemunhas conhecedoras da geração dos habilitandos, a fim de inquirir sobre a existência, ou não, de sangue judeu, mouro, ou de outra reprovada nação.


A Igreja da Colegiada e o Padrão da Oliveira, gravura de Pedroso sobre desenho de Nogueira da Silva.
Arquivo Pitoresco, 1863. p. 353. 

28 de junho de 2019

28 de junho de 2019 por Manuela Alves comentários
O Arquivo Histórico Municipal do Porto iniciou a publicação on line , de forma sistemática, das actas das vereações camarárias Série, 1390 – 1926 . Esses livros incluem eleições dos funcionários municipais e do termo da cidade, títulos dos juízes de vários ofícios, cartas de exame de diferentes profissões, taxas e posturas, regimentos, pregões, ordens de pagamento, arrematações de obras, vistorias, escrituras de emprazamento e de fiança, autos ou termos de visitas de saúde a embarcações, registo de petições, traslados de cartas, provisões e outros documentos régios, etc...

27 de junho de 2019

27 de junho de 2019 por Manuela Alves comentários
Temos o prazer de anunciar que o Arquivo Histórico Municipal do Porto foi sensível aos nossos alertas sobre as dificuldades de consulta através do seu sistema informático Gisaweb, nada amigável para o cidadão comum, e introduziu melhorias no sentido de facilitar a sua consulta. Os nossos agradecimentos e, em especial, ao Manuel Fernando Mondina Ferreira que é o nosso elemento de ligação no "staff" do AHMP.

Casa do Infante

25 de junho de 2019

25 de junho de 2019 por Maria do Céu Barros comentários
Dissertação de Maria da Conceição Costa Carneiro, onde vêm referidas muitas pessoas moradoras em Braga, como denunciantes ou denunciados, as suas profissões, moradas, crimes, etc. Contém ainda algumas árvores genealógicas. O PDF é pesquisável.

Árvore da família Saraiva



Resumo
A visitação inquisitorial, estabelecida pela primeira vez de forma sistemática no Regimento do Santo Ofício de 1552, foi de uma extraordinária importância e as implicações a ela inerentes tornaram-se sinais reveladores do poder concentrado nas mãos dos tribunais que, através delas inspeccionavam o estado espiritual / moral da população sob a sua jurisdição com vista a uma correcção dos desvios encontrados isto é a uma reforma a nível temporal e espiritual.

A visita tomava-se importante pelo medo e pela pressão psicológica a ela inerentes, pelas penas impostas e pelo objectivo de terminar com qualquer foco de heresia.

Veremos que apesar da importância dos cristãos-novos que constituíam, sem dúvida, o foco de incidência da acção inquisitorial, veremos ainda, a Inquisição julgar outros casos - Sodomia, solicitação, proposições reveladoras de desrespeito pelo Santo Ofício, feitiçaria , bigamia e outros delitos que estão patentes nos livros de confissão, no próprio livro da visitação, nos livros de autos-de-fé, nos processos inquisitoriais desencadeados e num conjunto de informações que nos são dadas a conhecer quer através da análise de documentos referentes à Inquisição de Coimbra quer de documentos relativos à Inquisição de Lisboa.

Assim, o trabalho teve como ponto de partida o Livro N° 666 de Coimbra referente à visitação de Entre Douro e Minho cujo itinerário começou em Aveiro em 16 de Fevereiro de 1618, seguindo o Porto, Vila do Conde, Barcelos, Braga , Viana do Castelo, Caminha, Valença, Monção, Ponte de Lima, Guimarães, sendo interrompida a 10 de Dezembro de 1618 quando o inquisidor foi chamado a Madrid. Esta só recomeçou a 28 de Fevereiro de 1620 em Amarante, depois Vila Real e por fim Lamego a 9 de Maio de 1620.  

kwADBraga

27 de maio de 2019

27 de maio de 2019 por Paula Peixoto comentários
A consulta de jornais e revistas da época pode servir como um veículo de informações para as nossas pesquisas genealógicas ou para proporcionar uma contextualização interessante aos nossos álbuns de memórias familiares que queremos deixar aos nossos filhos ou netos.
Assim, resolvemos criar uma gaveta no nosso blog onde iremos colocar as ligações, que formos encontrando, para acederem à imprensa digitalizada.
A lista está dividida em Nacionais, Locais e Além-mar onde se incluí também a imprensa do Brasil e outros.

Capa da Ilustração Portuguesa 12/5/1923 2ª Serie nº 899 (Pormenor)


N.B. Há mais jornais nos arquivos que podem ser consultados. Esta lista é apenas dos que se encontram online.

NACIONAIS

Arquivo Histórico Parlamentar - Diários e Actas dos Debates Parlamentares

Biblioteca Nacional de Portugal
Publicações Periódicas Digitalizadas

Diário da República Electrónico - Desde 5 De Outubro De 1910


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Inicialmente publicado em 14/04/2015
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21 de maio de 2019

21 de maio de 2019 por Maria do Céu Barros comentários

Mais um exemplo de "imaginação controlada " da autoria de Belo Marques, a quem agradecemos.

Por Belo Marques

Ao Matrimónio de Domingos Gonçalves com Domingas Gonçalves desta freguesia, filha de Geraldo Gonçalves e de sua mulher Isabel Francisca do lugar do Assento, assisti eu Padre Joseph Cruz de Faria, Vigário desta Igreja de S. Lourenço de Celeirós, em 11 de Maio de 1670 de que foram testemunhas Domingos Gonçalves do Assento e António Martins de Santa Anna, em face do que me assino, dia, mez e anno ut Supra. O Vigário Joseph da Cruz de Faria 



Corria o ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1677 (D. Afonso VI).
O mar, ainda que pouco ondulado fazia gemer a estrutura de pinho da nau Santa Clara. Já navegava há algum tempo. Fizera-se ao mar às primeiras horas da manhã. Lá longe, adivinhava-se o Sol a querer romper. De feição soprava um vento frio que, não sendo forte, chegava para enfunar aquele enorme pano branco que tanta azáfama provocou ao içar.
De quando em vez elevava-se da proa uma cortina de água salgada que o vento transformava em neblina. O sal e frio ajudavam a temperar as peles curtidas dos marinheiros de pés descalços que, agastados de tanto adriçar, circulavam pelo convés arrumando barricas enquanto o Contramestre dava ordens ao timoneiro e tomava conta do mar. O barulho das gaivotas misturava-se com o cortar das ondas. Na linha do horizonte a luz tomava conta do céu.


Os primeiros raios solares já se faziam refletir na vela mestra, emprestando ao convés uma cor dourada, entrelaçada por cordas esticadas. Aos poucos lá se vão afastando da costa. Cada homem leva consigo, para além da tarefa que lhe cabe nesta campanha, esperança do regresso. Envolto em pensamentos, Domingos Gonçalves nem se dera conta da passagem da Barra... há muito que esta ficara para trás.

Em Celeirós, depois de um dia de trabalho, Domingas Gonçalves vestida de preto com a foice na mão, lá vem de “Covas de Baixo” ladeira acima para o “Assento” com os socos gastos nos pés e com o cansaço estampado no rosto; Já avista a casa de seu pai ladeada de dois frondosos castanheiros e uma macieira brava. É casa de um sobrado com escadas em pedra bem talhadas harmonizando o granito com o vermelho pálido da telha romana. Cansada da monda, sempre arranja forças para dar de comer aos animais que ficam na parte térrea da casa, lida e que já há muito se tornara rotineira.
Isabel Francisca sua mãe, acabara de tirar o leite às cabras e prepara-se para tratar da ceia, um caldo de sopa galega, misturada com o feijão que a terra generosamente lhes oferece. Acompanhar não falta a saborosa broa de milho… Enquanto isso, Geraldo seu pai, na sua camisa de estopa manchada de sebo e com um velho gorro na cabeça, não acaba o dia sem antes, devotar algum tempo àquele tear que está a construir com certa meticulosidade. De enxó na mão lá vai aparelhando as madeiras que no final lhe irão dar forma. Faz ideia de quando o acabar, vende-lo em Ferreiros na feira da Misericórdia.


Construir teares, era para ele um complemento da atividade agrícola, arte que aprendera desde rapaz com seu pai.
Este trabalho excecional representava um pé-de-meia que sempre o ajudara a contrabalançar os anos maus na lavoura.
É aqui em casa de seu pai que Domingas se acolhe e encontra o conforto nas horas de tristeza e de saudade.
À luz da candeia, com a mão sobre a barriga faz contas ao tempo; Ao pensamento ocorre-lhe mil perigos a que Domingos está sujeito naquele mar em que tanta gente vai e não volta, e pede a proteção de Santa Ana que o traga de volta para que a criança que trás no ventre o possa vir a conhecer: reza baixinho a Deus que lhe traga boa sorte.
Ao seu lado, com o sono a querer tomar conta de si, Isabel Francisca, sua mãe, vai tecendo um pequenino chambre, aproveitando o último calor daquelas canhotas já meia apagadas, mas que mesmo assim ainda vão dando algum conforto aquela sala semi-escura, onde o pavio daquela pequena chama que baila no candeeiro teima em continuar, deixando no ar um cheiro a sebo, odor a que todos estão habituados.
Cansado, Geraldo, cedo se recolhe ao leito, mas sem antes em conjunto fazerem as orações ao divino. Cumpria-se assim mais um dia na rotina desta família que tinha na terra o sustento do corpo e Deus por conforto da alma.

Sabendo-se que, historicamente o Norte deu muita gente ao mar1, esta bem podia ser a história de Domingos Gonçalves.
Todavia, da sua verdadeira história, para além do que vem escrito no assento do seu casamento, nada mais se sabe.


1 No início do sec. XVI, a região do Entre-Douro-e-Minho continuava a ser a mais densamente povoada de todo o País apesar de, ao longo do século anterior, terem tido aqui a sua origem grande parte dos movimentos migratórios que acompanharam os Descobrimentos. Esta situação manteve-se ao longo dos séculos seguintes.
“Todavia, com as navegações, os camponeses minhotos programavam o destino entre a opção de trabalhar a terra, onde a fome espreitava sempre e as pestes ameaçavam, e o apelo das caravelas e da imigração para outros mundos.”. -Rui Feijó/João Arriscado Nunes - Cadernos do Noroeste


18 de maio de 2019

18 de maio de 2019 por Manuela Alves comentários
Onde a tua pessoa, onde o que eras tu? …
Que é de ti?
Eis que começa a tua longa viagem para a vertigem das eras, para a desaparição do silêncio dos milénios. Sim, agora vives para mim porque te sei.

Virgílio Ferreira, in Aparição.

Na sequência de uma conversa no grupo sobre como preencher as lacunas documentais, sem pôr em causa o rigor genealógico, a Maria David Eloy deu testemunho com alguns exemplos retirados da sua própria prática, em que a honestidade genealógica não fica beliscado pela escrita mais "livre e imaginativa" que tivermos , se colmatarmos as falhas existentes de certo tipo de informações com o que pudermos "retirar" das entrelinhas, usando "talvez", “quem sabe", "provavelmente", "possivelmente"...etc. que foram sugeridos por outros interlocutores.

Para memória futura e com o nosso agradecimento, aqui se partilham pequenos excertos que a Maria David Eloy escreveu:

Por Maria David Eloy

Francisco Lopes Preto -11°avô
Não seria fácil, com toda a certeza, deambular pelas ruas do lugar e escutar os sussurros que se escapavam da boca dos coscuvilheiros da terra, à sua passagem. A terra era bastante pequena, um simples lugar onde todos se conheciam e as novidades espalhavam-se com o vento. Talvez fosse mesmo um misto de compaixão, da parte de uns, quem sabe um misto de vingança, da parte de outros, quando eles murmuravam entre dentes "...lá vai o filho da queimada...”. Quem o viu nascer, crescer, tomar corpo, não podia imaginar para que fados o destino o empurrara. Ou talvez não, se fosse caso de ser pessoa atenta e soubesse olhar à sua volta, com olhos de ver, olhos do corpo e olhos da alma. Mas nem seu próprio padrinho, António Mendes, que foi o vigário da Fatela e tinha outra preparação, mal podia imaginar os sofrimentos que aquele menino iria ter, ao longo da vida, quando lhe deu o nome na pia baptismal da Igreja de S. Martinho, ali mesmo no lugar do Fundão. Já quanto ao que teria passado pela mente da sua madrinha, tia paterna dele, de seu nome Beatriz Rodrigues, e que já vira muito sofrimento na família, ela sabia que este seria uma constante ao longo da sua vida, como tinha acontecido antes com todos os parentes mais ou menos próximos e continuaria a ser no futuro, enquanto a maldita Inquisição durasse.

Nas suas declarações, nada acrescentou ao que dela exigiam, antes pelo contrário. Sem grandes exercícios de imaginação, quase podemos vislumbrar uma atitude de desafio perante os presentes quando se justificava, face aos erros que lhe apontavam, que ”no tempo em que andava errada não confessava estes erros a seus confessores por os não ter por tais e não crer na confissão nem nos mais sacramentos da Igreja, os quais tomava e fazia as mais obras de cristã por cumprimento do mundo”.

A sentença foi cumprida no Auto de Fé do dia 5 de Abril de 1620. Era domingo. Tinha quarenta anos e deixara inconsoláveis os seus três filhos. 

Francisco Manuel não mais voltou a ser o mesmo. Desde a morte da mãe que se habituara a ouvir os tais sussurros, à sua passagem, “...lá vai o filho da queimada...”. Podemos imaginá-lo a voltar o rosto, de raivas contidas, direito à maledicência, respondendo com altivez “sou filho da queimada, sim, e depois??...”.

 Diogo Mendes Pereira - 7° avô
Naquela manhã do dia 30 de Janeiro, a vila da Covilhã devia estar soberba, sob o costumado manto branco que a cobria, mal começava o inverno. Corria o ano de 1692. Será fácil imaginar a velha igreja de S.Pedro, na sua pedra encardida, granito amarelado a puxar para uma paleta de cinzentos, alguns pingentes de gelo tombando em estalactites da torre sineira e o piso térreo exterior, irregular e de pedra solta, empapado de lamas e de bostas. Ali os invernos eram rigorosos. Seria assim porque naqueles tempos o tempo ainda era cheio de rotinas e cada estação era bem demarcada nos calendários, que a agricultura seguia e tornava lei.

A verdade é que quase todas as denúncias se resumem sempre à mesma ladaínha: observância dos jejuns e do shabat, com a inerente roupa lavada, azeite limpo e torcidas novas para as candeias, restrições no consumo de carne, utilização de vasilhames novos em caso de falecimento de algum membro chegado da família.
Quando Branca Maria, mulher de Duarte Navarro, denunciou, foi isso mesmo que disse e o escrivão registou numa caligrafia inclinada e estilosa: “...disse mais que haverá quatro anos, na vila da Covilhã, em casa dela confitente, se achou com Diogo Pereira, seu parente, ...consertando na sexta feira à tarde a candeia com azeite limpo e torcida nova, a qual havia de estar em casa todo o dia de sábado, faziam jejum no dia grande do mês de setembro, estando todo o dia sem comer nem beber, desde o pôr-do-sol até ao outro dia às mesmas horas, e antes deste jejum faziam outro chamado de capitão, oito dias antes, e mais três no ano…”

Francisco Mendes Paredes -10º avô

Preso Francisco Mendes Paredes, é lógico que toda a família se começou logo a movimentar na execução das estratégias, tanto mais que ainda não tinha decorrido um mês sobre o acontecimento e já o édito de prisão para Branca Rodrigues, sua mulher, era publicado em 22 de Dezembro. O palavreado era bem claro “…mandamos a qualquer Familiar ou Oficial do Santo Ofício…a prendais com sequestro de bens, presa a bom recato com cama e mais fato necessário a seu uso e cinquenta mil réis em dinheiro para seus alimentos, a trareis e entregareis debaixo de chave ao alcaide dos cárceres secretos …”. Assim se fez, com o zelo costumado, sendo entregue nos ditos cárceres em 16 de Janeiro de 1664.


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